As buscas realizadas esta quinta-feira PJ nas instalações do Estado-Maior da Força Aérea e em empresas de meios aéreos, por suspeitas de corrupção em concursos para a aquisição de helicópteros, envolvem uma empresa que tem ligações ao cunhado e ao irmão do ministro António Leitão Amaro. À SIC, o dono da empresa diz que "nada teme". As autoridades estiveram no local, falaram com funcionários, mas não levaram documentos nem computadores.
A empresa em causa é a Gesticopter, com sede em Monfortinho, Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco. No local funciona um "gabinete de contabilidade para esta e outras empresas de Ricardo Machado".
Em declarações à SIC, o proprietário, Ricardo Machado, disse que nada teme.
"Explicou-nos por telefone que nada tem a temer, ainda que tenha sido informado das buscas", conta Patrícia Figueiredo, jornalista da SIC.
A Polícia Judiciária falou com três funcionários da empresa, mas "não levou documentos nem computadores". "Apenas quis ver conteúdo nos computadores", acrescenta.
A repórter da SIC no local adianta que o proprietário e o gestor da empresa "ainda não foram ouvidos nem contactados".
"[Ricardo Machado] Explicou-nos também que nos concursos que foram divulgados a empresa perdeu praticamente todos, só ganhou um para entregar quatro helicópteros", refere.
Ricardo Machado decidiu criar a empresa em Monfortinho, no ano passado, devido à "proximidade com Espanha" para apostar no mercado ibérico.
A PJ realizou, esta quinta-feira, dezenas de buscas nas instalações do Estado-Maior da Força Aérea e em empresas de meios aéreos. Há suspeitas de viciação das regras de contratação pública, ao longo dos últimos anos, na adjudicação de meios aéreos a empresas privadas para combate a incêndios rurais.
Em declarações à SIC Notícias, o ministro da Presidência confirma ter conhecimento de que uma empresa com ligações à família concorreu a concursos públicos na área do combate aos incêndios e que, por essa razão, pediu escusa em Conselho de Ministros quando fossem discutidas pastas relacionadas.