O Bloco de Esquerda acusa o Chega de instrumentalizar a comissão de inquérito ao caso das gémeas para aproveitamento político.
A deputada Joana Mortágua esclarece que o relatório apresentado esta sexta-feira, que acusa o Presidente da República de "abuso de poder" e de "conduta censurável", é “desconhecido” dos membros da comissão de inquérito.
“O relatório apresentado é desconhecido pelos membros da comissão de inquérito. Isto revela um enorme desrespeito e deslealdade institucional para com o Parlamento.”
Mortágua diz ainda que André Ventura e Cristina Rodrigues de se “aproveitaram” dos trabalhos da comissão e de um relatório “que não lhes pertence”, para fazer uma conferência de imprensa “que não reflete as conclusões da comissão de inquérito”.
“É uma instrumentalização de uma comissão de inquérito para efeitos eleitorais”, afirma.
O que diz o relatório preliminar?
O documento apresentado esta sexta-feira, da autoria do Chega e que ainda tem de ser validado pelos partidos, aponta o dedo ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e ao filho, Nuno Rebelo de Sousa.
Refere que a conduta do Presidente “(…) é especialmente censurável por se tratar do Chefe de Estado e, como tal, qualquer pedido feito por si ou em seu nome tem inerente uma convicção de obrigatoriedade de cumprimento por parte de quem recebe o pedido (…) revelado assim a eventual prática de abuso de poder”.