O Instituto Nacional de Estatística (INE) concluiu que, em 2024, 11,3% crianças integravam agregados familiares que viviam em privação material e social, um número que aumenta desde 2021. Os dados sobre o rendimento e condições de vida têm em conta crianças até aos 16 anos.
O aumento do custo de vida estará a dificultar atividades que contribuem para o bem-estar da criança. Em 2024, 20% das crianças não tinham a possibilidade de passar férias, fora de casa, pelo menos uma semana por ano. E quase 9,8% não conseguiam participar regularmente numa atividade extracurricular.
Quase 2% não tinham capacidade financeira para ter sequer uma refeição de carne ou de peixe pelo menos de dois em dois dias.
Quase 4% sem cuidados dentários
Quando, ainda na infância, se retrata as condições de acesso à saúde, o INE concluiu que quase 2% das crianças não tiveram acesso a consultas ou tratamentos médicos. Quase 4% não conseguiram cuidados dentários, por dificuldades financeiras das famílias.
O estudo conclui ainda que mais de 90% das crianças apresentavam estado de saúde bom ou muito bom. Ainda assim, a rede europeia contra a pobreza destaca a ausência de uma análise por grupos mais específicos de crianças, por vezes mais vulneráveis, como as migrantes, as de comunidades ciganas ou as portadoras de deficiência.