Caldas de São Jorge, em Santa Maria da Feira, tem cerca de três mil habitantes. Com a localidade de Pigeiros, de apenas mil pessoas, são uma união de freguesias desde 2013. Agora, querem voltar a ser duas freguesias separadas.
Para já, a sede da junta está instalada em Caldas de São Jorge. Em Pigeiros, o povo anseia pela separação, porque entende que não tem sido prioridade.
Depois do Porto, foi o distrito de Aveiro, que viu aprovados mais pedidos de desagregação de freguesias. Se se concretizar a mudança administrativa, em nove concelhos acabam 17 uniões de freguesia e nascem 40 freguesias. Uma alteração que os autarcas temem que possa ter impacto na gestão das povoações mais pequenas.
“Pode afetar as freguesias mais pequenas, obviamente, porque o fundo de financiamento das freguesias é atribuído em função da área e em termos populacionais de cada uma das freguesias e é verdade que pode haver aqui alguma perda”, explica Bruno Oliveira, presidente da União Freguesias de Ovar.
“Se as juntas de freguesia, neste caso, Pigeiros vai ter condições para estar aberta o dia todo como temos hoje atualmente, aí eu já deixo algumas questões em aberto”, diz José Martins, presidente da união de freguesias das Caldas de São Jorge e Pigeiros
Criada contra a vontade da população, em 2013, esta União de Freguesias juntou Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira. Quatro localidades que juntas têm 30 mil habitantes e um território de 86 km quadrados.
Ali próximo, na freguesia de Arada, uma das que mais lutou pela desagregação, a população está ansiosa por reconquistar a identidade e a autonomia.
As propostas de desagregação de 124 uniões de freguesia foram já aprovadas pelo Grupo de trabalho parlamentar. Mas, os projetos de lei só vão ser discutidos e votados em plenário a 17 de janeiro. E depois ainda terão de passar a promulgação do Presidente da República.