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"Há tabelas remuneratórias por rever há quase 20 anos", alerta o Sindicato de Oficiais de Polícia

O Ministério da Administração Interna inicia novas negociações com os sindicatos da PSP e associações da GNR, para discutir tabelas remuneratórias, carreiras e revisão dos suplementos.

SIC Notícias

O Governo volta esta segunda-feira às negociações com os sindicatos da PSP e associações da GNR. Vai ser discutida a atualização das tabelas remuneratórias e a revisão dos suplementos. O Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) diz que há salários que não são revistos há duas décadas.

Sobre esta questão, Bruno Pereira, presidente do SNOP, afirma: “É importante rever tabelas remuneratórias que estão por rever há quase 20 anos”.

“Para além das atualizações feitas à taxa de inflação ou as atualizações da função pública, não houve alterações de fundo e, portanto, estão completamente descontextualizados, completamente descontinuados e não servem de modo algum as necessidades e interesses que uma carreira e uma profissão tão essencial quanto esta merece e tem que ter”, sublinha, em entrevista na SIC Notícias.

Bruno Pereira alerta também para os efeitos colaterais dos problemas remuneratórios da profissão, com as forças de segurança a registarem um número cada vez mais reduzido de candidatos.

O jornal Público traz na edição desta segunda-feira dados que indicam que os candidatos à GNR e à PSP, nos últimos 13 anos, diminuíram 70%.

“Isto resulta apenas e mostra bem o decaimento e a depreciação de uma carreira que tem vindo a ter cada vez mais dificuldades (…) Grande parte dos seus jovens candidatos vão necessariamente ter que vir trabalhar para Lisboa, onde não só onde a intensidade operacional e o risco são maiores, como o tempo de permanência é também muito grande e, portanto, afasta-os da sua zonas de residência, o que naturalmente será para alguns deles uma opção de vida. Isto afasta as novas gerações”, explica o presidente do SNOP.

Esta nova ronda negocial ficou prevista no acordo assinado em julho de 2024 e que estabeleceu o aumento faseado do suplemento de risco em 300 euros até 2026.

As reuniões desta segunda-feira são com as duas associações da GNR e com os três sindicatos da PSP que assinaram o acordo.

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