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Despejos em Loures: Câmara recua, mas 100 pessoas seguem com a vida em suspenso

A Câmara de Loures suspendeu o despejo de 100 pessoas e a demolição de um bairro clandestino em Santa Iria da Azoia. O prazo para os moradores saírem terminou, mas, perante o risco de ficarem na rua, a autarquia diz que vai esperar por uma resposta da Segurança Social.

Joana Rita de Almeida

“Queremos alternativa”. À entrada do bairro da rua das Marinhas do Tejo está afixado o pedido feito e repetido uma e outra vez. Querem alternativas, mas escasseiam por mais que procurem. Agora, aguardam com a vida em suspenso.

“Estamos à espera de uma resposta em concreta da Câmara”, diz uma moradora.

Há cerca de dois anos, ocuparam casas e ergueram outras, por não conseguirem pagar outro teto. É um cenário que se repete, de família em família.

Os moradores foram surpreendidos pela ordem de despejo da Câmara de Loures, mas as cerca de 100 pessoas que no bairro vivem não arredam pé, mesmo com o frio.

Aos 27 anos, recém-chegada de São Tomé, Estephane Batista não sabe o que fazer.

"Não tenho para onde ir, não tenho família, não tenho ninguém aqui. Estou desanimada com a vida. Ontem dormi de baixo da ponte", conta.

As famílias mobilizaram-se e estiveram na Assembleia Municipal da Câmara de Loures para pedirem respostas.

Ainda sem soluções concretas, nas portas mantém-se o aviso que relembra todos os dias que o prazo para saírem é curto. Enquanto conseguem ficar no bairro, juntam o que têm debaixo do viaduto do IC2.

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