O número de alunos a procurar explicações aumentou 65%, este ano letivo. Os explicadores atribuem esta subida às alterações provocadas pela pandemia e à mudança das regras para conclusão do ensino secundário.
“A aprendizagem que, a partir da pandemia, foi feita à distância deixou algumas lacunas – principalmente ao nível dos alunos do 1.º ciclo”, refere Teresa Madureira, professora explicadora num centro de explicações, em Sintra, que recebe todos os dias mais de 60 estudantes.
“Os alunos não conseguem interpretar, não conseguem fazer operações,... Não conseguem fazer o que deveriam ter como concluído no 1.º ciclo”, repara. “Temos vindo a sentir dificuldades e a procura tem sido bastante maior.”
O aumento não se verifica, contudo, apenas nos alunos do 1.º ciclo. Os dados da plataforma Fixando mostram que, este ano letivo, a procura por explicações para os exames nacionaisaumentou em 65%, sobretudo devido às mudanças nas regras de conclusão do ensino secundário.
Matemática e Português são as disciplinas em que os alunos têm mais dificuldades.
“Antes, os alunos tinham apenas de fazer os exames necessários para o acesso ao ensino superior. A partir deste ano, os alunos têm a obrigatoriedade defazer trêsexames”, recorda Teresa Madureira. “A exigência aumentou.”
Este não é, ainda assim, motivo único. A instabilidade nas escolas, com greves sucessivas de professores e funcionários, tem também afetado as aprendizagens.
“Tudo isso tem impacto na educação”, admite a professora explicadora.
E se aumenta a procura por explicações, sobem também os preços. Se, no ano passado, o custo médio de uma aula de preparação para exames estava nos 18 euros, segundo aplataforma Fixando, o valor subiu, este ano letivo, para 21 euros.