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Língua azul: pastores da Serra da Estrela preocupados com os primeiros casos

O surto de língua azul começou no Alentejo e tem dizimado várias explorações. O Governo já afirmou que vai ajudar, mas os produtores pedem ações concretas e menos anúncios de intenções.

Frederico Correia

Frederico Pinto

Ainda só há dois casos confirmados da doença da língua azul entre as ovelhas bordaleiras, mas os produtores não estão tranquilos. "Isto é perigoso. Onde é que eu vou buscar essa raça [de ovelha] depois", questiona António Morais, pastor da Serra da Estrela.

As ovelhas bordaleiras são uma raça autóctone, tem apenas 25 mil exemplares em toda a região. Depois dos incêndios de 2017, demorou mais de dois anos a recuperar o efetivo perdido. Uma nova mortandade poderia levar ao fim destes animais.

O Governo já anunciou ter uma verba disponível de um milhão de euros para apoiar os lesados, ao mesmo tempo em que garante que irá comparticipar a vacinação. Ainda assim, as organizações de produtores pedem uma atuação mais efetiva.

No país, já terão morrido mais de 60.000 animais, com maior parte dos casos a serem registados no Alentejo.

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