Catarina Jesus, aos 39 anos, decidiu deixar a psicologia e seguir a paixão de longa data pelo vime. O primeiro passo foi um curso de formação, passando depois pelo o desafio de dominar todas as etapas do processo, desde a confeção das peças até o cultivo do vime.
Na Madeira, os vimes são plantados nas margens das ribeiras e colhidos entre janeiro e março. Após a colheita, passam por um processo de cozedura de seis horas e são descascados até ficarem prontos para serem transformados em cadeiras, cestos e outras peças. No entanto, a produção de vime local está em declínio.
Para garantir a sustentabilidade do negócio, Catarina mantém uma pequena plantação de vime no seu jardim, que até agora tem sido suficiente, especialmente para a confeção dos acessórios de moda.
Enquanto isso, na Camacha, a loja de José Gouveia mantém viva a tradição do vime. Com um estilo tradicional, a loja oferece candeeiros, cestos, mobiliário e outras peças artesanais. A procura é alta, mas há uma escassez de mão de obra qualificada. Embora o vime local ainda seja utilizado, parte da matéria-prima precisa de ser importada da Colômbia, a um custo de 3 euros por quilo. Não é o ideal, mas é uma necessidade para manter a produção.
José Gouveia, que começou a trabalhar com vime aos sete anos, tem poucas ilusões sobre o futuro desta arte. Os dados oficiais confirmam a realidade preocupante: a obra em vime corre risco de extinção, com a escassez de artesãos e de matéria-prima. Apesar da procura, da inovação e da entrada no mercado de acessórios de moda, o futuro do vime na Madeira é incerto.