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Casal que perdeu o filho às 26 semanas de gestação quer processar o hospital de Cascais por negligência médica

Um casal pondera avançar para a justiça por alegada negligência médica no hospital de Cascais depois de perderem o filho às 26 semanas de gestação. Contactada pela SIC, a unidade hospital recusou-se aesclarecer se abriu um inquérito interno e se o caso foi comunicado às autoridades.

Nos últimos dias Welton e Daiane são o amparo um do outro. Agarram-se à única recordação que têm do Raul. Do hospital trouxeram apenas a marca das mãos e pés do filho que perderam às 26 semanas de gestação.

O casal diz que nunca houve complicações durante a gravidez. Até ao dia em que a grávida, de 37 anos, teve uma perda de sangue e entrou nas Urgências do hospital de Cascais.

Cinco dias depois Daiane deixou de sentir o bebé e regressou ao hospital de Cascais. O feto não tinha frequência cardíaca e a nota de alta fala em morte por asfixia ou falta de oxigénio.

À dor da perda de um filho juntou-se o parto induzido que demorou 16 horas. O casal queixa-se da falta de assistência depois de terem estado sozinhos no momento em que o parto aconteceu.

Daiane diz que não foi vista por nenhum médico durante os quatro dias em que esteve internada. O hospital apenas lhe disse que o acompanhamento psicológico só chegaria oito semanas depois.

Quase 10 dias depois do parto, os pais não sabiam quando é que o corpo sairia da morgue e nem o resultado da autópsia. Ao início da tarde, minutos depois de a SIC ter pedido esclarecimentos ao hospital, Welton foi contactado para ir levantar o corpo para o funeral.

O casal acusa o hospital de negligência e quer recorrer à justiça. Em resposta à SIC, o hospital de Cascais escuda-se no sigilo profissional e na proteção de dados para recusar esclarecer se abriu um inquérito interno e se o caso foi comunicado às autoridades.

Esta quinta-feira, no dia da reportagem da SIC, o casal foi informado que só na próxima semana irá receber o resultado da autópsia.

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