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Incêndio na Madeira: "Não é possível, em pleno século XXI, que os meios necessários estejam dependentes do Governo da República"

O incêndio na Madeira deve servir de ponto de partida para discutir a articulação entre o sistema de Proteção Civil nacional e o das regiões autónomas, considera o Centro de Intervenção em Proteção Civil.

Mariana Guerreiro

Se a Região Autónoma da Madeira dispusesse de um segundo helicóptero permitiria uma "maior agilidade de intervenção e um melhor suporte de decisão aos operacionais", vincou, em entrevista à SIC Notícias, o presidente do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil, Duarte Caldeira, neste que é o sétimo dia de combate ao incêndio.

"Pode ser justo que o reforço de um meio aéreo para a Região Autónoma da Madeira passasse a ser um encargo da República", disse, ainda, na Edição da Manhã, da SIC Notícias.

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Duarte Caldeira destacou, ainda, que esta é "mais uma oportunidade" para refletir sobre o "sistema de Proteção Civil nacional e nas implicações que tem com o subsistema das regiões autónomas", bem com a dependência que há pelo Governo da República.

"Não é possível num país da União Europeia, em pleno século XXI, que a questão dos meio necessários para uma determinada região possam estar dependentes da familiaridade política entre o Governo da República e o Governo da Região Autónoma da Madeira"

E acrescentou:

"É de um primeiríssimo arrepiante a circunstância de tratar questões tão sérias desta forma".

Duarte Caldeira lembrou que, apesar de não terem sido registadas vítimas, o dano ambiental não permite fazer um balanço positivo da operação.

A ilha da Madeira apresenta, nesta terça-feira, um perigo máximo e muito elevado de incêndio rural em algumas regiões, segundo o IPMA, que colocou as costas norte e sul e as regiões montanhosas sob aviso amarelo devido ao tempo quente.

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