A tradição da política portuguesa tem mostrado que uma década é o tempo ideal para um Presidente da República se manter no cargo.
Talvez por isso estas eleições sejam uma prioridade para Pedro Nuno Santos que quer um candidato forte apoiado pelo Partido Socialista (PS).
"Nas presidenciais o Partido Socialista (PS) apoiará um candidato como há muito não faz, honrando os melhores Presidentes da República que Portugal já teve, Mário Soares e Jorge Sampaio", reforçou o socialista.
Se o Partido Socialista (PS) voltar a falhar, corre o risco de ficar fora de Belém por 30 anos. Contudo, opções para a caminhada é coisa que não têm faltado aos socialistas.
António Costa e António Guterres fora do radar?
António Costa sempre afastou esse caminho e agora com a sua ida para o Conselho Europeu, o antigo primeiro-ministro dificilmente aceitará candidatar-se à Presidência da República.
O mandato de António Guterres na Organização das Nações Unidas (ONU) também só termina depois dos portugueses serem chamados a votos e parece difícil de acreditar que o Secretário Geral da ONU interrompa o mandato para se disponibilizar a substituir Marcelo Rebelo de Sousa.
Mário Centeno na mira dos socialistas
De acordo com o Semanário Expresso, Mário Centeno começa a ser a aposta mais forte dos socialistas.
"Estou a desempenhar o cargo para chegar a julho do ano que vem em condições de ter um segundo mandato", referiu o Governador do Banco de Portugal, no inicio do mês de agosto.
A entrevista ao podcast "Bloco Central" tem sido lida como um passo em frente de Mário Centeno que termina o mandato no próximo verão. Apesar da sua vontade, não deverá ser reconduzido pelo Governo de Luís Montenegro para continuar à frente do regulador.
Tem o caminho aberto, ao contrário de António Vitorino que deixou muitos socialistas de pé atrás depois de ter aceitado um convite do atual Governo para ser presidente do novo Conselho Nacional para as Migrações e Asilo.
Pedro Passos Coelho e o tabu das presidenciais
Há dois anos, o antigo primeiro-ministro foi desafiado a candidatar-se às presidenciais. Esse desafio é a prova de que as eleições estão a ser pensadas há muito tempo e de que há muitos nomes no PSD que gostavam de ver Passos Coelho em Belém. Mas do próprio, nem uma pista sobre o que pensa.
Luís Marques Mendes e Gouveia e Melo não confirmam nem desmentem
Já Luís Marques Mendes tem sido mais claro sobre as suas intenções.
"Se eu um dia achar que com uma candidatura à Presidência da República posso ser útil ao pais, que é isso que conta, tomarei essa decisão", referiu o comentador da SIC e antigo presidente do PSD, no verão do ano passado.
Mais difícil de posicionar no espectro político é Henrique Gouveia e Melo. Esta semana o militar, que se destacou pela gestão do processo de vacinação contra a COVID-19, voltou a falar das próximas eleições presidenciais.
"Tentou-se criar a ideia de que os militares não podem participar no espectro político. Não podem enquanto estiverem no ativo, depois de saírem do ativo são cidadãos como outros quaisquer e não podemos aceitar ficar com uma marca na testa a dizer "impróprio para consumo".
"É difícil crer que uma pessoa, no meu caso com 63 anos e que desde os 18 anos se entregou a uma missão e chega aos 63 anos, vai para a reserva e naquele dia deixa de se interessar pelo país", acrescentou o Chefe do Estado-Maior da Armada."
Até janeiro de 2026 ainda falta mais de um ano, mas há quem não tenha problemas em esperar para ver o dia em que Marcelo Rebelo de Sousa vai sair de Belém.