O cortejo fúnebre marca o tom do protesto. Nem a cortiça consegue amortecer o impacto do descontentamento num setor que emprega 8 mil trabalhadores. O país é líder mundial na produção de rolhas, mas os operários dizem ter poucos motivos para brindar.
Cerca de 200 trabalhadores concentraram-se junto à sede da Corticeira Amorim, em Santa Maria da Feira. O Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte acusa a empresa de condicionar o processo negocial e impedir aumentos salariais.
O sindicato propõe 72 euros de aumento salarial e mais 1,46 no subsídio de alimentação.
Negociações em andamento
A Corticeira Amorim teve, no primeiro semestre, lucros superiores a 36 milhões de euros, o que representa uma quebra de quase 30% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Ainda decorrem as negociações do contrato coletivo de trabalho entre os sindicatos e a Associação Portuguesa da Cortiça, que representa 80% da produção nacional.
A greve no setor começou na terça-feira e termina à meia noite desta quarta feira.