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“Que nunca caiam no esquecimento": sete anos desde a tragédia dos fogos de 2017

Foi a 17 de junho de 2017 que violentos fogos devastaram a zona Centro do país, que nunca mais foi o mesmo: 66 pessoas morreram, 253 ficaram feridas e mais de 500 casas foram destruídas pelas chamas.

Miguel Ângelo Marques

Assinala-se, esta segunda-feira, o sétimo aniversário da tragédia de Pedrogão Grande. Os incêndios de junho de 2017 deixaram 66 mortos e um rasto de destruição que o tempo apagou, mas a memória de quem lá vive não consegue esquecer.

Todos os anos, seja qual for o dia da semana, há cerimónias oficiais, ministros e secretários de Estado que regressam, por algumas horas, aos territórios afetados.

As vítimas - feridos, desalojados ou os que viram arder os bens - revivem aquela data que lhes é impossível esquecer.

“As nossas vidas mudaram para todo o sempre”, afirma Dina Duarte, presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande. “Estamos marcados por esse antes e depois do 17 de junho de 2017

Há ainda muito por fazer. Sete anos depois, há também o medo de uma repetição - até porque a floresta voltou a crescer desordenada.

“Se as condições forem propícias, obviamente que arderá (...). Poderá voltar a acontecer”, admite a presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande

"Continuamos com problemas nas telecomunicações, continuamos com problemas na mobilidade Não se resolvem as situações de um momento para o outro, mas sete anos é muito tempo. Já se podia ter feito muita coisa”, desabafa Dina Duarte. “Não queremos planos, queremos obras.”

Deixou um registo tragicamente histórico: 66 vítimas mortais, 253 feridos, 500 casas destruídas, a que se somam 50 empresas e milhões de prejuízos.

Em poucas horas, três concelhos do Interior do país tiveram de enfrentar como nunca a devastação causada pelas chamas.

Presidente da República e primeiro-ministro deixam mensagens

Para assinalar a data, Marcelo Rebelo de Sousa deixou uma mensagem no site oficial da Presidência da República, em que afirma estar “com os familiares e amigos daqueles que partiram” na tragédia dos incêndios de 17 de junho de 2017.

O chefe de Estado, refere, “está também solidário com a ideia de futuro, transmitida pelos seus representantes, no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas que este ano se celebrou naquela região”.

Também o primeiro-ministro recordou, esta segunda-feira, as vítimas dos incêndios e expressou o compromisso de aqueles territórios “não caiam no esquecimento".

"Hoje é dia para recordar as vítimas e familiares marcados por esta tragédia. E para reforçar o compromisso para que não se volte a repetir e estes territórios não caiam no esquecimento", afirmou Luís Montenegro, numa mensagem deixada nas redes sociais.

Este ano, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas foi celebrado em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra, três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017. O primeiro-ministro juntou-se ao Presidente da República nas comemorações no dia 10 de junho.

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