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"Tragédias como as de 2017, nunca mais": o discurso de Marcelo no 10 de junho

Em Pedrógão Grande, para celebrar o 10 de junho, o Presidente da República homenageou as vítimas dos incêndios de 2017 e exaltou "um Portugal só", unido "na sua diversidade", com cidadãos "nacionais e estrangeiros".

Daniel Pascoal

O Presidente da República fez esta segunda-feira, em Pedrógão Grande, o tradicional discurso para celebrar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Do interior ao litoral, das metrópoles às aldeias, Marcelo Rebelo de Sousa exaltou a diversidade que une o país em quase nove séculos.

“Portugal não é só mar, oceanos, litorais. Portugal não é só interiores, mais ou menos profundos. Não é só metrópoles, cidades, capitais de distrito, sedes de dioceses. Não é só vilas, aldeias. Não é só história, cultura, ciência dos letrados ou do povo anónimo que, por cá ou lá fora, levam longe o nosso nome e a nossa obra. Portugal não é só a memória das glórias, das euforias, das fortunas de quase nove séculos. Não é só a memória dos fracassos, dos dramas, das tragédias de quase quase seculos. Portugal é tudo isso e é um só, um mesmo Portugal”.

Para Marcelo, este 10 de junho de 2024 “é um retrato fiel desse Portugal, uno na sua diversidade”, que invoca “com respeito, emoção e saudade a tragédia de junho de 2017 e todas as suas vítimas", lembrando ainda as pessoas afetadas pelos incêndios em Figueiró dos Vinhos, em Leiria e Coimbra, entre as “dezenas de conselhos devastados e renascidos depois de 2017”.

“Que este 10 de junho queira dizer que tragédias como as de 2017, nunca mais, [que queira dizer] um futuro mais igual e menos discriminatório para todas as terras e todos os portugueses”.

“Jovens, residentes, nacionais e estrangeiros”

Embora grande parte do discurso tenha sido a relembrar o passado, o chefe de Estado fez questão de realçar o futuro.

“O 10 de junho invoca o passado, mas quero, sobretudo, dizer futuro, reconstrução, novos jovens, novos residentes, nacionais e estrangeiros, novos sonhos, para amanhã e para depois”.

Houve tempo ainda de celebrar Camões, “os 500 anos do nascimento do génio e da genialidade da sua obra”. “Que outro 10 de junho conseguiria ser tão completo assim?”, questionou Marcelo.

"Portugal é sempre melhor que as antevisões dos arautos dos infortúnios. Somos sempre melhores do que pensamos e do que outros gostam de pensar e, por isso, vivemos quase 900 anos de passado feito futuro".

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