Não se apresenta como jurista, nem filosofo ou académico. Manuel Maria Carrilho, ex-ministro da Cultura, escreve que este é o livro de um cidadão revoltado com a justiça. Condenado por violência domestica, agora é ele quem acusa uma Justiça que diz ser o maior problema do país", o mais grave "cancro da democracia".
“Um sistema que vive na maior podridão ética, feito de procuradores e juízes que gozam de uma total impunidade, que podem cometer todos os erros e até crimes, porque vivem num regime de exceção”.
É este o ponto de partida que leva Manuel Maria Carrilho ao lugar onde quer chegar: os processos de que foi alvo por violência doméstica contra a ex-mulher, a quem foi condenado a pagar no processo principal 30 mil euros para não ser preso.
A condenação do Supremo
Manuel Maria Carrilho foi condenado em definitivo no ano passado por violência domestica contra Bárbara Guimarães. O Supremo Tribunal considerou estar perante uma elevada ilicitude e uma culpa grave geradora de elevados danos.
No processo principal, o antigo ministro foi condenado a três anos e nove meses de prisão suspensa, se pagar até ao próximo ano a indemnização a Bárbara Guimarães e outra mais pequena a Associação de Apoio à Vítima.
Culpado por outros crimes
Na última década, Manuel Maria Carrilho foi também condenado a quatro anos e seis meses com pena suspensa por violência domestica, ofensas, ameaças e denuncia caluniosa por atos após o divórcio.
Foi ainda declarado culpado por ofensas a uma amiga da ex-mulher, por agressões ao pedopsiquiatra Pedro Strecht em pleno tribunal, por difamar um jurista e os antigos sogros.