O Partido Socialista vai viabilizar a criação de uma comissão de inquérito parlamentar aos negócios da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). A decisão é avançada pelo semanário Expresso, que cita fonte da direção do grupo parlamentar socialista.
A criação de uma comissão de inquérito foi proposta de forma individual pelo Chega, Iniciativa Liberal e Bloco de Esquerda. Entre as três propostas, a principal diferença parece prender-se com o período temporal em inquirição, ou seja, o Chega só quer só quer fazer questões sobre o que se passou no último Governo de António Costa enquanto a IL e o BE querem ir até ao tempo de Passos Coelho.
É agora necessário chegar a um entendimento entre as três propostas. A proposta do Bloco de Esquerda deu entrada, esta quarta-feira, na Assembleia da República e visa "inquirir as decisões de gestão estratégica e financeira efetuadas por parte da SCML, associadas ou subsidiárias, desde 2011, que possam ter contribuído para o desequilíbrio financeiro da SCML". O partido pretende ainda escrutinar o processo de recrutamento de pessoal e apurar a estratégia adotada para a gestão de bens mobiliários e imobiliários da Santa Casa.
As propostas do Chega e da Iniciativa Liberal deram entrada no Parlamento na semana passada. No documento submetido pela bancada liberal, pode ler-se que o pedido para a comissão inquérito tem como objetivo "apurar as responsabilidades políticas, contratuais, legais e financeiras relativas à atual situação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa" e "avaliar o exercício e as responsabilidades das tutelas políticas envolvidas na SCML."
Já o partido de André Ventura quer verificar os relatórios de Contas da Santa Casa da Misericórdia nos últimos três anos, ou seja, durante o Governo de António Costa. O Chega pretende ainda apurar se as decisões de gestão foram tomadas de má-fé ou em benefício próprio, analisar o negócio da internacionalização dos jogos sociais e esclarecer se houve o envolvimento da anterior ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, nesse negócio.