O presidente da Câmara Municipal de Lisboa quer criar um centro de acolhimento para os imigrantes que estão sem documentos e à espera de autorização de residência. Pede que a solução seja conjunta com o Governo e outras entidades.
Há quatro meses que Soleymane dorme numa tenda. Admite que têm sido tempos difíceis.
“Sim, é muito difícil. Porque às vezes as pessoas passam aqui e fotografam ou filmam”, começou por contar.
Tem 26 anos e revela que a vida no Senegal não é fácil e tentou outro caminho. Pagou 250 euros por um lugar num pequeno barco de madeira para sair do país.
“Foi uma viagem perigosa. Estavam 145 pessoas na piroga. Havia tempestades e chuva. Fomos para uma ilha e fomos recebidos pela Cruz Vermelha. Houve mortos e feridos”, acrescentou.
Na viagem que durou vários dias, morreram cinco pessoas não aguentaram as condições de uma travessia feita no inverno.
Desde fevereiro sem autorização de residência, sem casa e sem trabalho, a maioria dos imigrantes que estão a viver na rua já tiveram pedidos de residência recusados pela AIMA.
Agora estão à espera de documentação para voltarem a fazer um novo pedido. Desta vez uma autorização de residência por razões humanitárias. A SOS Racismo diz que deviam ter sido dadas melhores condições enquanto esperam.
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa quer criar centros de acolhimento para quem está nestas situações sem documentos e à espera de respostas.
Carlos Moedas reuniu-se com o primeiro-ministro esta terça-feira e ainda esta semana vai ter reuniões com ministros sobre o assunto.