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"Admirada mas nem sempre bem tratada": Marcelo critica as condições da carreira militar

As declarações de Presidente da República ocorrem no dia em que se comemora o 234.º aniversário da Academia Militar Portuguesa.

SIC Notícias

O Presidente da República criticou esta sexta-feira as condições da carreira militar no país. Marcelo Rebelo de Sousa, diz que, nem sempre, é uma profissão valorizada.

O chefe de Estado enquadrou o exercício de funções militares como "uma vocação e uma missão", que não deve ser encarada como "uma profissão" nem como "uma escolha só nem sobretudo de 'ranking económico-financeiro".

"Ser militar é uma vocação, não é uma profissão. É uma vocação e uma missão muito admirada mas nem sempre devidamente bem tratada. Na vida militar, ninguém fica rico. Nem tem horários convencionais, nem conhece os atrativos que alguns com a mesma formação têm na atividade privada lucrativa", afirmou Marcelo, numa cerimónia comemorativa do Dia da Academia Militar.

A este propósito, voltou a falar nas qualidades exigidas para se ser chefe, considerando que "a chefia exige mais, muito mais", em todas as funções de soberania, "nas responsabilidades políticas, na justiça, na defesa, na segurança, na diplomacia".

"Exige o sentido da representação daquilo que é mais importante na pátria que somos. E esse vai ser o vosso desafio ao longo de toda a vida: querer ou não, em cada momento ao longo da vida, dar primazia à vossa vocação, à vossa missão. Aos responsáveis políticos cabe ajudar-vos a encontrar razões para a resposta ser sempre sim. Mas a resposta é vossa, é só vossa, vem do fundo do vosso ser", concluiu.

No fim da sua intervenção, Marcelo anunciou a atribuição à Academia Militar, que celebra o 234.º aniversário esta sexta-feira, do título de membro honorário da Ordem Militar de Cristo.

A Academia Militar é um estabelecimento de ensino superior militar que forma oficiais destinados aos quadros permanentes do Exército e da Guarda Nacional Republicana e que tem o seu antecedente histórico na Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho, criada por D. Maria I em 1790.

Nesta cerimónia militar estiveram presentes, entre outros, a ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, o chefe do Estado-Maior do Exército, general Eduardo Mendes Ferrão, e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

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