As denúncias podem ser ainda mais, mas para já estão confirmados os relatos de nove mulheres do Brasil, de Espanha, do México, de Portugal e do Peru, que descreveram situações de assédio moral e sexual alegadamente praticadas por Boaventura de Sousa Santos ou outras pessoas que com ele trabalhavam.
Os casos são relatados num dossier de 213 páginas entregue à comissão independente criada para estudar as denúncias iniciais, que foram tornadas públicas na sequência da publicação de um artigo numa revista científica.
O extenso documento agora entregue reúne as histórias de mulheres que dizem ter sido vítimas de violência em contextos académicos liderados por Boaventura de Sousa Santos. São apresentados também cinco testemunhos escritos e, além disso, indicadas18 testemunhas.
As vítimas esperam agora o contacto da comissão independente para que possam relatar na primeira pessoa as experiências que viveram e o que classificam como danos prolongados que resultaram da violência sofrida com impactos tanto em termos de saúde, como nas carreiras académicas que, em alguns casos, ficaram bloqueadas.
Num documento enviado à SIC, as vítimas dizem ainda que querem contribuir para a compreensão de um padrão de abuso normalizado pelo sociólogo e pelas pessoas a quem delegou poder.
A comissão independente decidiu que apenas no final do trabalho irá revelar os dados recolhidos. Não se sabe, por isso, se além destes nove casos existem outras denúncias que tenham sido apresentadas.
O relatório final da investigação aos casos de assédio no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra deve ser apresentado até ao final do ano.