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Marques Mendes na Presidência? "Não me parece estar à altura dos requisitos"

O consultor político João Maria Jonet considera que Luís Marques Mendes parece estar a preparar "uma candidatura construída pelo telhado", sendo conhecido pelo seu percurso de "porta-voz".

SIC Notícias

O consultor político João Maria Jonet considera que não é surpreendente uma possível candidatura de Luís Marques Mendes a Belém, “quanto mais não seja pelo paralelo entre o percurso que Marcelo fez até chegar à Presidência, particularmente na questão dos comentários políticos ao domingo”. No entanto, ao contrário do atual chefe de Estado, falta-lhe “carisma” e “força própria”.

“Não me parece estar à altura dos requisitos”, defende na antena da SIC Notícias.

Para João Maria Jonet, Marques Mendes “vem à televisão muitas vezes funcionar como o mensageiro do Presidente da República e isso tira-lhe força própria”. A presença no espaço de comentário semanal, aos domingos na SIC, pode ser “uma mais-valia” por permitir “chegar a muitos eleitores”, mas há “um problema clássico e estrutural na história política de Marques Mendes que Marcelo Rebelo de Sousa não tinha, que é o percurso de Marques Mendes ser feito de ser porta-voz”.

Assumiu esse papel “nos governos de Cavaco Silva”, como “líder parlamentar de Marcelo” e durante a sua liderança do PSD “muita gente também dizia que era Marcelo Rebelo de Sousa nas sombras”.

“Não sei como é que uma pessoa com este perfil de falar por outros se quer afirmar como uma pessoa que fala por todos. Talvez seja esta a lógica, ser o porta-voz dos portugueses”, atira o consultor político.

João Maria Jonet alerta que esta se trata de “uma eleição unipessoal que, em princípio, exige uma figura carismática ou de enorme histórico de competência, de fazer coisas”, enquanto que Marques Mendes tem “um percurso de política pura”.

“Carisma não me parece que tenha muito. De tal forma não tem um carisma dominante dentro do PSD que só o liderou um ano e perdeu para Luís Filipe Menezes”, sublinha.

O consultor político vai mais longe: “Parece uma candidatura construída pelo telhado, primeiro diz ‘sou candidato a Presidente, tenho condições para sê-lo e depois explico porque é que sou candidato'. Normalmente é ao contrário”.

Além de todos estes entraves, a comparação com o atual chefe de Estado também não deverá facilitar a vida ao comentador político.

O problema será mais o carisma de Marcelo Rebelo de Sousa, a genialidade, que me parece algo irrepetível nestes candidatos à direita. Se calhar, quem terá mais até será Santana Lopes, será quem é mais parecido com este perfil de surpreender e de criar esta empatia genuína”, realça.

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