No dia em que se assinalam 35 anos do histórico incêndio que destruiu 18 edifícios no Chiado, em Lisboa, foi feita uma homenagem aos bombeiros municipais e às vítimas.
O acontecimento histórico levou a Câmara Municipal de Lisboa a decretar o dia 25 de agosto como Dia Municipal do Bombeiro.
O fogo, que demorou 10 horas a ser controlado, começou pouco depois das cinco da madrugada no Armazéns Grandella, construídos no início do séc. XX.
“A primeira situação que nos deparamos foi a questão das cinzas e dos papéis a entrarem pela janela do barco que fazia a travessia onde eu ia”, afirmou o bombeiro José Rocha, que se tinha tornado bombeiro há sete meses, e veio da margem sul para combater o incêndio do Chiado.
Para este acidente foram acionados todos os meios disponíveis na cidade, tendo ainda assim o incêndio causado dois mortos, um morador e um bombeiro.
“Revivemos todos os anos nesta altura as dificuldades que passámos. Não havia equipamentos individuais de proteção quase nenhuns e combatiam-se os incêndios de manga arregaçada”, acrescenta.
O antigo chefe de bombeiros Alcino Marques, que esteve no local do incêndio todos os dias até à retirada dos escombros, não se recorda de “alguma vez ter acontecido uma operação com esta envergadura”.
“Evidente que em matéria de fogos florestais é uma dinâmica diferente, mas a nível de centros urbanos, um incêndio com este número de meios, com este número de operacionais e estas dificuldades todas, não é normal isto acontecer mesmo em qualquer cidade da Europa”, acrescenta.
Foram necessárias duas semanas para os trabalhos de rescaldo ficarem concluídos.