O presidente da associação Zero alerta para a tendência de agravamento da qualidade da água em Portugal. Francisco Ferreira avança que, no último ano, o país recuou na percentagem de águas balneares com qualidade excelente.
"Muitas das razões de interdição são realmente a má qualidade da água. Temos também obras que estão em curso, temos situações de prevenção de avarias (...). O que nós percebemos é que tem havido uma tendência de agravamento da qualidade da água. A própria Agência Europeia do Ambiente, entre 2021 e 2022 identificou isso. Nós recuamos no número, na percentagem de águas balneares com qualidade excelente", afirma.
A Zero avaliou os resultados relativos à qualidade das águas balneares na presente época, disponibilizados pelo Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, comparando com o mesmo período de tempo em 2022.
Os problemas "são já mais significativos", refere a Zero, em comunicado.
De acordo com a associação, existem atualmente 658 águas balneares "com um número limitado de praias a revelarem problemas, mas de forma mais expressiva do que na época balnear passada".
"O desaconselhamento ou proibição de banhos, mesmo que durante um curto período de tempo, afetou 28 praias, mais sete do que em período semelhante do ano passado", refere a Zero.
Naquelas zonas balneares, de acordo com a associação, as análises "ultrapassaram os limites fixados tecnicamente a nível nacional" relativamente a pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais).
Já 28 praias foram interditadas, até ao momento, também mais sete que na época balnear passada, "a maioria por má qualidade da água", incluindo "casos de obras de desobstrução da praia ou de riscos de instabilidade na arriba".