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António Costa: Ucrânia na NATO só com "as condições adequadas"

Primeiro-ministro está na Lituânia para participar na cimeira da Aliança Atlântica, que decorre na terça e quarta-feira, e aproveitou para visitar os militares portugueses em missão naquele país.

O primeiro-ministro António Costa à chegada para a reunião do Conselho de Ministros dedicado à temática da Ciência, em Aveiro
JOSÉ COELHO

SIC Notícias

António Costa defendeu esta segunda-feira que a Ucrânia tem “toda a legitimidade” para vir a aderir à NATO, mas apenas “quando as condições adequadas estiverem reunidas”. O primeiro-ministro está na Lituânia, onde visitou militares portugueses em missão naquele país, antes de participar na cimeira da Aliança Atlântica, que decorre entre terça e quarta-feira.

“Devemos respeitar o princípio de que a aliança tem as portas abertas a quem pretende aderir e reconhecemos toda a legitimidade da Ucrânia vir a aderir à NATO, quando as condições adequadas estiverem reunidas”, sublinhou António Costa que, questionado pelos jornalistas, acabou por explicar que se trata de questões “de natureza militar, mas também política e económica”.

O chefe do Executivo fez um paralelismo com o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), cuja decisão deverá acontecer até ao final do ano.

“Da mesma forma que, em paralelo, se discute qual é o grau de participação da Ucrânia na UE. Como é sabido, foi-lhe atribuído o estatuto de candidato, a comissão está a fazer a avaliação de preenchimento por parte da Ucrânia de diferentes requisitos e eu diria que em dezembro devemos estar a tomar a decisão se avançamos ou não avançamos para a abertura formal das negociações”, avançou o primeiro-ministro.

Já no que à NATO diz respeito, a “primeira condição é que essa adesão seja um fator que garanta uma paz justa e duradoura e não um fator de perturbação, neste momento, na guerra”, realçou António Costa.

Rejeita comentar imposições da Turquia e defende adesão da Suécia

O primeiro-ministro rejeitou comentar as declarações do Presidente da Turquia sobre as possibilidades de adesão da Suécia à NATO, mas considerou que Estocolmo "preenche todas as condições".

"Não vou comentar essas declarações, são dois temas diversos, a Suécia preenche todas as condições para poder aderir à NATO", referiu António Costa, em declarações aos jornalistas depois de visitar um contingente português destacado na Base Aérea de Siauliai, a cerca de 200 quilómetros de Vílnius, capital da Lituânia.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse esta segunda-feira que a adesão de Estocolmo à NATO estava dependente da adesão de Ancara à União Europeia (UE).

Questionado sobre se as declarações de Erdogan são uma chantagem à NATO e à União Europeia, o primeiro-ministro comentou apenas "que é natural que cada país procure defender os seus interesses de acordo com aquilo que são as melhores condições que se apresentam em cada momento".

"Há uma vantagem que todos temos, que é amanhã podermos ouvir o Presidente Erdogan em pessoa a pronunciar-se sobre esse ponto, que é logo um dos primeiros pontos", completou.

A Turquia é um país candidato à adesão à UE desde 2005, mas esta candidatura tem estado bloqueada devido ao que Bruxelas considera o retrocesso democrático de Ancara e aos litígios com o Chipre, membro do bloco europeu.

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