País

A droga sintética “é uma substância aniquiladora que nos destrói”, revela ex-consumidor

João e Pedro, nomes fictícios, explicam à SIC que efeitos têm estas novas drogas, como são baratas e fáceis de adquirir, além do impacto que tiveram nas suas vidas.

SIC Notícias

O problema das drogas sintéticas atinge cada vez mais açorianos e já levou a um aumento da criminalidade grave na região. A SIC falou com ex-consumidores que explicam que efeitos têm estas novas drogas, como são baratas e fáceis de adquirir, além do impacto que tiveram nas suas vidas.

“Tive um problema com drogas. Primeiro com heroína e nos últimos dois anos tive contacto com a sintética, que é uma substância aniquiladora que nos destrói de dentro para fora”, conta à SIC João, nome fictício.

“Noto a nível cognitivo grandes sequelas que tenho recuperado a custo”.

Tem 56 anos e dois filhos. Já teve uma empresa e já foi cantoneiro. Nos últimos meses pinta miniaturas no atelier-loja da Associação Regional de Reabilitação e Integração Sociocultural dos Açores.

No total, são mais de mil os utentes da Arrisca. Para minimizar os danos das dependências graves, todos os dias, há uma carrinha que para em oito locais diferentes da ilha.

Pedro, nome fictício, tem 24 anos e trabalha no setor da restauração. Os últimos quatro têm sido passados em tratamento.

“Meti-me em caminhos que não devia, em drogas pesadas, agora venho todos dias à carrinha fazer a toma, mesmo em dias feriados, domingos”, conta.

Uma viagem diária e obrigatória para quem quer reconquistar uma parte da liberdade.

“Se ficar 24 horas sem a metadona sinto o corpo arrepiado”.

Nos Açores, são as drogas sintéticas a ganhar terreno. São muito semelhantes às drogas tradicionais e cada vez mais frequentes na unidade de polícia técnica da PSP.

Últimas