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Decisão está tomada: futuro do Bloco de Esquerda prestes a ser conhecido

SIC sabe que a a ponderação de Catarina Martins está concluída. Coordenadora do Bloco de Esquerda dá conferência de imprensa às 10h30 desta terça-feira.

RODRIGO ANTUNES

Inês de Oliveira Martins

Está para breve o anúncio sobre o futuro do Bloco de Esquerda. A SIC sabe que a decisão de Catarina Martins está tomada, depois de um período em que esteve a ponderar se abandona ou continua como líder do partido, apurou a SIC junto de várias fontes.

Os mais próximos de Catarina Martins fazem questão de mostrar que se quiser tem todo o apoio para continuar no cargo de coordenadora do partido, mesmo depois da pesada derrota nas legislativas de 2021, que reduziu a bancada do Bloco de Esquerda de 19 para 5 deputados.

Várias fontes ouvidas pela SIC asseguram que a líder do Bloco de Esquerda "não está a ser empurrada para sair" e continua a ter "apoio" e "condições políticas para continuar" na liderança. Mas ninguém arrisca antecipar a resposta à pergunta - Vai continuar líder do Bloco?. O desfecho "está na cabeça da Catarina", "a decisão é dela", "se sair é por vontade própria", ouviu a SIC de fontes próximas. A dúvida ficará desfeita em breve.

Na noite desta segunda feira, o Bloco de Esquerda fez saber que Catarina Martins vai dar uma conferência de imprensa na manhã desta terça-feira com um único tema: a Convenção do partido. Questionado pela SIC, o gabinete de imprensa do BE escusou-se a dar mais informações sobre o assunto.

OPOSIÇÃO INTERNA OBRIGADA A UNIR ESFORÇOS

Enquanto a decisão não é conhecida, os críticos da direção do Bloco procuram organizar-se para apresentar uma alternativa sólida na Convenção do Bloco, o órgão máximo do partido. O primeiro desafio está no regulamento da Convenção.

O documento aprovado na última Mesa Nacional do BE, que reuniu a 5 e 6 de fevereiro, altera as regras de apresentação de uma moção de orientação, fundamental para conseguir a mudança de rumo que tanto desejam.

As listas que concorrem aos órgãos dirigentes do partido têm obrigatoriamente de estar vinculados a uma moção de orientação, que só é admitida e discutida se reunir um número mínimo de subscritores. O novo regulamento da Convenção exige que cada moção de orientação seja subscrita no mínimo por 194 militantes, quase dez vezes mais do que os 20 necessários nas convenções anteriores. A nova regra obriga assim as várias tendências criticas da direção a unirem esforços para defender uma alternativa na Convenção, que possa traduzir-se em lista candidata aos órgãos dirigentes do partido.

Fontes ouvidas pela SIC dizem que esta alteração do regulamento é mais uma prova da "asfixia democrática" no Bloco de Esquerda, pensada para "alimentar a ideia de um partido sem contestação interna". A que existe garante que vai se fazer ouvir na Convenção.

A SIC sabe que o movimento convergência já tem marcha uma operação para unir as várias sensibilidades que não se revêm na atual direção. Até dia 19 de fevereiro, há encontros agendados em todos os distritos do país para dar a conhecer as linhas orientadoras da moção e recolher apoios necessários para a apresentação de uma moção alternativa.

Ao que a SIC apurou, a decisão sobre quem será o rosto dessa alternativa só será tomada quando o processo de recolha de assinaturas estiver concluído, e se perceber que sensibilidades criticas estão representadas na coligação, ou seja, só depois de 27 de fevereiro, data em que termina o prazo para a entrega das moções de orientação.

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