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Federação Nacional dos Médicos mantém greve nacional, mas diz estar de "boa-fé"

A FNAM aponta a falta de propostas concretas por parte do Governo, sobre a revisão das grelhas salariais dos médicos, como um dos principais pontos em cima da mesa das negociações com o Ministério da Saúde.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS

Lusa

SIC Notícias

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) afirmou hoje que está de "boa-fé" nas negociações com o Governo, que prosseguem na quarta-feira, mas assegurou que mantém a greve marcada para março devido ao "impasse" deste processo.

"O facto de haver esta marcação [da greve] não condiciona absolutamente nada. A FNAM continua de boa-fé e esperamos que a parte ministerial também mantenha a mesma postura", adiantou à Lusa a presidente da FNAM.

A posição de Joana Bordalo e Sá foi manifestada na véspera de mais uma reunião entre os sindicatos médicos e o Ministério da Saúde, agendada para a manhã de quarta-feira, no âmbito do processo negocial que está a decorrer nos últimos meses.

Após a última reunião, realizada em 01 de fevereiro, a FNAM anunciou uma greve nacional para 08 e 09 de março, alegando a falta de propostas concretas por parte do Governo sobre a revisão das grelhas salariais dos médicos, um dos principais pontos em cima da mesa das negociações.

Ministério está “empenhado no diálogo"

No mesmo dia, o ministério de Manuel Pizarro assegurou que está "empenhado no diálogo e na procura de consensos dentro de um calendário que o Governo e os sindicatos estabeleceram de comum acordo" para estas negociações, ou seja, até junho.

Já o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) demarcou-se da greve anunciada pela FNAM, alegando que esta paralisação representa uma "cedência ao radicalismo e ao populismo" quando decorrem negociações entre as duas partes.

Segundo Joana Bordalo e Sá, a estrutura sindical foi "empurrada" para a decisão de avançar para a greve, uma vez que a negociação "está num impasse".

“Faltam 150 dias para o fim da negociação e ainda não temos nada”

"Faltam 150 dias para o fim da negociação e ainda não temos nada. Vemos as reuniões das comissões técnicas que apoiariam estas negociações a não acontecerem e, portanto, não tivemos outra alternativa", afirmou a dirigente sindical.

Além disso, segundo a presidente da FNAM, a proposta de revisão das tabelas salariais apresentada pela estrutura sindical não mereceu "nenhuma apreciação por parte do Governo".

De que precisam os médicos?

"Precisamos, neste momento, de uma grelha salarial em cima da mesa e precisamos de melhores condições e está do lado do Governo ter soluções para os médicos", alegou Joana Bordalo e Sá.

Estas negociações tiveram o seu início formal já com a equipa do ministro Manuel Pizarro, mas a definição das matérias a negociar foram acordadas ainda com a anterior ministra, Marta Temido, que aceitou incluir a grelha salarial dos médicos no protocolo negocial.

As negociações incluem ainda as normas de organização e disciplina no trabalho, a valorização dos médicos nos serviços de urgência e a dedicação plena prevista no novo Estatuto do Serviço Nacional de Saúde.

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