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"Os professores sentem-se desvalorizados", lembra Catarina a Costa

A coordenadora do Bloco de Esquerda questionou o primeiro-ministro sobre as vidas e carreiras precárias dos professores, que hoje voltaram a sair à rua.

ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa

SIC Notícias

A coordenadora do Bloco de Esquerda confrontou esta tarde, em debate parlamentar, o primeiro-ministro com um dos temas do dia: o protesto dos professores, questionando Costa sobre o que poderá dizer aos alunos que estejam sem aulas.

Na resposta, Costa relembrou Catarina Martins que o Governo já vinculou 14.500 professores e criou um novo modelo de contratação que visa acabar com os "professores com a casa às costas", tornando a carreira mais atrativa.

Insatisfeita com a resposta, a bloquista avisou que "o novo modelo de contratação não inventa professores" e que Portugal precisa de mais. Além disso, disse, o dia a dia dos professores não torna a profissão aliciante.

"A verdade é que os professores têm em média 45 anos, ganham 1.100 euros líquidos, não têm tempo de serviço reconhecido, têm congelamento salarial, trabalham em escolas sem condições e pagam do seu bolso as suas deslocações", retratou Catarina Martins.

Costa respondeu que "há limites para procurar reescrever a história" e que em 2018 foi o Governo do "tal António Costa" que descongelou uma carreira que estava há anos congelada.

Essa ação teve "traduções práticas", segundo o chefe do Executivo: 98,5% dos professores já progrediram e dessa percentagem já progrediram 2 escalões.

O problema não está só na carreira congelada, mas também em todo o processo de contratação, as despesas de transportes, os custos de habitação que tem a ver com o modelo de contratação

"Não há uma única razão que os professores sejam a única carreira em todo o Estado em que obrigatoriamente se tenham de apresentar a concurso de x em x anos. O nosso modelo elimina essa obrigatoriedade", remata Costa

Por fim, o primeiro-ministro mostrou-se confiante de que a resposta que o Governo tem de dar passa por motivar "novas pessoas a quererem abraçar esta carreira que a sintam como sua.".

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