Há mais um caso de incompatibilidades no Governo, desta vez a envolver Elvira Fortunato. A ministra e cientista foi distinguida, no ano passado, com o Prémio Pessoa por um conjunto de descobertas desenvolvidas enquanto investigadora da universidade NOVA e através da NPTE, uma empresa de investigação, desenvolvimento e comercialização de transístores e biossensores eletrónicos de papel, detida em 16% por Elvira Fortunato.
À SIC, o Ministério da Ciência e Ensino Superior explicou que Elvira Fortuna deixou a empresa a 18 de março, uma semana e meia antes de tomar posse como ministra. Mas, ao contrário do que diz o Ministério, no Portal da Justiça, não há qualquer comunicação de cessação de atividades da ministra. Aliás, o último registo é de um aumento de capital no final de maio no qual a investigadora avançou com mil euros - já era ministra há dois meses.
A este eventual conflito de interesses, junta-se o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia atribuído a um projeto de um associação do marido da ministra. De acordo com a revista Sábado, foram-lhe entregues 56.275 euros a 27 de julho pela fundação que é tutelada por Elvira Fortunato.
Num esclarecimento enviado à SIC, o Ministério informou que na AlmaScience participam entidades universitárias e empresas, acrescentando que os concursos são avaliados por peritos internacionais sem qualquer intervenção do Governo.
O possível caso de incompatibilidades junta-se aos dos ministros da Saúde, da Coesão Territorial e das Infraestruturas.