Portugal está a atravessar um grave período de seca. A situação está a complicar-se sobretudo no interior, onde já há restrições ao uso de água. Em algumas aldeias o abastecimento é feito com camiões cisterna.
Desde junho, a população de Santiago de Cassurães, em Mangualde, vê os camiões cisterna a passar. É neles que vem a água que abastece os depósitos todos os dias com 51 mil litros de água. Na região não há outra opção, quando secam os poços e furos que garantem o abastecimento.
Há pelo menos 13 localidades de cinco freguesias de Mangualde que já só conseguem ter água potável porque os bombeiros a carregam nestes camiões. O processo custa milhares de euros à autarquia.
A situação é grave e a autarquia pondera avançar para uma medida mais radical: fechar a água em determinadas alturas do dia.
Em Vimioso, Bragança, o município já impôs restrições porque o risco dos pontos de água secarem é cada vez maior. O controlo é apertado e as multas podem ser pesadas. No concelho de Bragança há outras dezenas de aldeias abastecidas por camiões e a previsão é de que não devem parar tão cedo.
As reservas de água baixaram em julho em mais de metade das albufeiras e barragens monitorizadas pelo sistema nacional de recursos hídricos. A 31 de julho, havia seis albufeiras com um armazenamento de água abaixo dos 20%. Das 60 albufeiras acompanhadas apenas cinco tinham reservas acima dos 80%.