Começam esta quarta-feira as comemorações solenes dos 50 anos da revolução que pôs fim à ditadura. Mas hoje é um dia ainda mais simbólico. Portugal alcança tantos dias de democracia, quantos os que o viveu em ditadura.
Foi há 17.500 dias que o país conheceu a liberdade, ultrapassando os dias vivi dos em ditadura um regime derrubado pelas forças de Abril que cercaram o Quartel do Carmo e obrigaram Marcelo Caetano a render-se.
O dia simbólico foi escolhido para o arranque as comemorações solenes dos 50 anos da revolução, que vão durar até 2024.
“A democracia é daquelas realidades, é como respirar. Só se sente como é importante quando se perde. O grande ganho da democracia é existir com todos os seus defeitos porque as democracias são sempre imperfeitas, as ditaduras é que se acham sempre perfeitas“, diz o Presidente da República.
O primeiro-ministro fez questão de assinalar este dia. Na sua página na rede social Twitter, António Costa escreveu que “Hoje é um dia histórico. Hoje a Liberdade ultrapassa os 17.499 dias da ditadura. 17.500 dias em Liberdade!” e manifesta ainda a sua “gratidão aos que combateram a ditadura e aos militares de Abril que a derrubaram”.
Hoje é um dia histórico. Hoje a Liberdade ultrapassa os 17.499 dias da ditadura. 17.500 dias em Liberdade! Gratidão aos que combateram a ditadura e aos militares de Abril que a derrubaram. Confiança nas novas gerações que garantem 25 de Abril sempre!#50Anos25Abril
— António Costa (@antoniocostapm) March 23, 2022
Já o PCP lembra que a revolução não foi o processo de transição entre regimes e diz que juntar as comemorações ao simbolismo de uma data de viver mais em democracia do que em ditadura, significa, disfarçadamente, esvaziar a democracia dos ganhos conseguidos no 25 de Abril.
Para esta quarta-feira, está marcada uma cerimónia solene no Páteo da Galé, em Lisboa, junto ao Terreiro do Paço, onde há quase 48 anos aconteceu o momento decisivo da Revolução dos Cravos.