O ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, terá pagado 50 mil euros a um ex-diretor do Novo Banco em troca de favores. As suspeitas surgem no âmbito das escutas telefónicas da operação Cartão Vermelho.
As escutas apanharam uma conversa entre Luís Filipe Vieira e o amigo e empresário, José António Santos, conhecido como o “rei dos frangos”.
O jornal Correio da Manhã revela que Vieira disse ao amigo, ao telefone, que “não ia largar” Álvaro Neves, então diretor do Novo Banco. O ex-presidente do Benfica chegou mesmo a usar a expressão que “tinha de o meter a trabalhar”.
Ao longo de meses, Luís Filipe Vieira terá pressionado o diretor do banco para que lhe fizesse favores e em troca terá pagado 50 mil euros.
Dinheiro que Álvaro Neves, do Novo Banco, terá recebido através da mulher com uma fatura emitida pela empresa da filha de Vieira e do empresário de Leiria.
A pressão terá sido feita, no contexto do chamado negócio das farmácias que envolvia a venda de um pacote de imóveis entre Vieira, José António Santos e o Novo Banco.
No banco era Álvaro Neves que liderava a operação. Quando o negócio começou a ser investigado, e depois das buscas feitas no ano passado ao Novo Banco, Álvaro Neves foi despedido depois de uma averiguação interna.
Os procuradores do Ministério Público têm em mãos centenas de horas de gravações dos telefones de Luís Filipe Vieira e de outros suspeitos.
Para além dos negócios imobiliários, na operação Cartão Vermelho estão a ser também investigadas movimentações financeiras relacionadas com transferências de mais de 50 jogadores, entre 2012 e 2020.
A investigação fala em negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e para Novo Banco.
Luís Filipe Vieira é, recorde-se, suspeito de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal.
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