O concurso nacional de acesso só termina para a semana, mas tendo em conta os dados existentes, já é dado como certo que haverá uma quebra na procura, depois de quatro anos de crescimento.
De acordo com as estatísticas da Direção-Geral do Ensino Superior, até ao início desta semana tinham sido submetidas 34.390 candidaturas para ingresso no próximo ano letivo, menos 3 300 do que no ano passado.
Ao jornal Público, responsáveis do setor referem que no final do concurso haverá entre 4 mil a 5 mil candidatos a menos em relação ao ano passado.
Exames nacionais
Este ano, houve menos 2.000 estudantes a inscreverem-se para os exames, quando comparados com 2017. No total, foram 159.650 inscrições, segundo avança o Público.
Em relação às médias dos exames, a de Matemática A, uma das disciplinas utilizada como prova de ingreso, desceu de 11,5 para 10,9. Apesar de a média do exame de Física e Química A ter subido este ano, esse exame é feito no 11º ano. A média do ano passado desta disciplina foi de 9,9, a segunda pior de todas as disciplinas.
A mudança de estrutura das provas é também apontada como um dos fatores.
Cursos profissionais
O presidente da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior, João Guerreiro, classificou como "muito grande" esta quebra. Ao Público, referiu o aumento de número de estudantes no ensino profisisonal como uma das possíveis causas para a queda do número de candidatos.
A entrada para o ensino superior torna-se mais exigente para os estudantes de cursos profissionais, uma vez que têm de realizar os exames nacionais de disciplinas que não têm nos seus cursos, caso queiram entrar no ensino superior.
Para o responsável, "é cada vez mais urgente a necessidade de encontrar uma via de acesso para os estudantes do profissional". O Governo prometeu um novo concurso destinado a estes aluno para o próximo ano letivo