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Mortes por overdose baixaram em 2016 após dois anos a subir

Vinte e sete pessoas morreram em 2016 vítimas de overdose, uma diminuição de 33% face ao ano anterior que quebra um ciclo de aumento registado desde 2014, revela um relatório do SICAD hoje divulgado.

Enny Nuraheni

Citando os registos do Instituto Nacional de Medicina Legal, o Relatório Anual sobre A Situação do País em Matéria de Drogas e Toxicodependências 2016 refere que "dos 208 óbitos com pelo menos uma substância ilícita no metabolismo e com informação sobre a causa de morte, 27 (13%) foram considerados overdoses".

"Após os aumentos nos dois anos anteriores, em 2016 diminuíram as overdoses (-33%), mantendo-se os valores dos últimos seis anos aquém dos registados entre 2008 e 2010", sublinha o relatório do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD).

Nas overdoses destaca-se a presença de opiáceos (44%), metadona (37%) e cocaína (33%), sendo que na maioria das vezes (89%) foi detetada mais do que uma substância no organismo.

Nestes casos, o destaque foi para a associação de drogas ilícitas com o álcool (44%) ou benzodiazepinas (41%).

Relativamente às outras causas das mortes com a presença de drogas (181), 39% foram atribuídas a acidentes, 35% a morte natural, 16% a suicídio e 4% a homicídio.

O relatório revela ainda que, em 2016, foram instaurados 10.765 processos de contraordenações por consumo de droga, o valor mais elevado desde 2001 e que representa um ligeiro aumento (4%) face a 2015.

A maioria dos processos (86%) estavam relacionados com a posse de 'cannabis'.

Lusa

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