A percentagem média dos partos que são feitos com recurso a cirurgia nas 36 maternidades do país ronda os 25%, só nos primeiros nove meses do ano. Segundo os dados do Portal da Transparência do Serviço Nacional de Saúde, não há nenhum hospital que tenha realizado menos de 22 cesarianas, valor que contrasta com os 15% recomendados pela Organização Mundial de Saúde.
Os hospitais vão ser penalizados, uma vez que as novas normas do Serviço Nacional de Saúde estipulam que o estado deixa de pagar pelos internamentos, caso os hospitais ultrapassem o limite de 30%.
Citado pelo Diário de Notícias, Luís Graça, da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, argumenta que há oito anos a taxa de cesarianas era de 33% e que "é uma evolução positiva". Por outro lado, "é preciso considerar que uma redução drástica e muito rápida pode não assegurar a segurança para as mulheres e crianças."
A unidade local de saúde da Guarda (41%), assim como a do Nordeste em Bragança (38%) e o Centro Hospitalar da Cova da Beira (38%), são as três maternidades com maior número de cesarianas. As justificações para recorrer ao parto com cirurgia variam desde a idade da mãe que quanto mais velha mais risco de complicações tem, assim como gravidezes medicamente assistidas.