A plantação desta árvore está integrada no projeto "Revive Time: Kaki Tree", que trouxe ao Faial o biólogo japonês Masayuki Ebinuma e o artista plástico Tatsuo Miyajima, que lançaram a iniciativa em 1996, como forma de valorizar a sobrevivência de uma árvore a uma das maiores tragédias da história da humanidade.
"Este projeto mais não é do que um projeto artístico, que visa promover a vida, a paz e a arte, por via da plantação de um descendente de um diospireiro, que foi uma das poucas árvores que sobreviveram ao ataque nuclear de Nagasaki", destacou o diretor regional do Ambiente, Hernâni Jorge, durante a plantação da árvore.
O Jardim Botânico do Faial, o maior dos Açores, é um dos 15 locais em todo o mundo que irá receber este ano um dos exemplares descendentes da árvore sobrevivente a uma bomba atómica em 1945, na sequência de uma candidatura iniciada em 2016, pela bióloga marinha Verónica Nunes.
"É a primeira planta do género em ilhas atlânticas e é uma forma também de projetarmos o Jardim Botânico do Faial e de associá-lo a um projeto de promoção da vida e da paz no mundo", destacou ainda o diretor regional do Ambiente.
A plantação da árvore Kaki no Jardim Botânico do Faial contou com a colaboração de dezenas de alunos da Escola Básica e Integrada António José de Ávila, que se associaram à iniciativa, que pretende também semear a arte e a paz "nos corações de milhares de crianças" em todo o mundo.
Em 1945, os Estados Unidos da América lançaram duas bombas atómicas sobre o Japão, a primeira das quais atingiu a cidade de Hiroshima e a segunda atingiu Nagasaki, provocando, no total, mais de 200 mil mortos.
O Jardim Botânico do Faial, inaugurado em 1986, na freguesia dos Flamengos, está integrado no Parque Natural do Faial e destina-se à educação e conservação ambiental, acolhendo milhares de espécies endémicas dos Açores, concentradas numa área de oito mil metros quadrados.
O Jardim possui ainda uma segunda área, criada em 1995, com cerca de 60 mil metros quadrados, situada na freguesia de Pedro Miguel, a cerca de 400 metros de altitude, onde são preservadas as espécies mais húmidas, também características dos Açores.
Para além da preservação de espécies vivas no seu habitat natural, o Jardim Botânico do Faial desempenha também um importante papel de recuperação de plantas endémicas, raras ou ameaçadas, através de um banco de sementes, entretanto criado.
Lusa