Na nota, o presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Américo Aguiar, aponta que esta é uma "decisão extraordinária" que foi tomada em reunião esta tarde, e que a ajuda será entregue ao bispo do Funchal, António Carrilho.
"Temos consciência de que esta partilha, que agora fazemos com a população da Madeira, ultrapassa as nossas reais possibilidades. É de facto uma decisão extraordinária, mas a situação vivida pelos nossos irmãos madeirenses é também ela extraordinária", refere Américo Aguiar.
O responsável recorda que as imagens das cheias de 2010 "ainda não saíram da memória coletiva", numa altura em que os "irmãos e concidadãos madeirenses sofrem uma nova catástrofe".
"Entregamos esta ajuda material, que é também a ajuda de todos os que nos visitam, ao senhor bispo do Funchal, para que com o seu sentido pastoral possa ir em ajuda dos deslocados e desalojados nesta primeiríssima hora. Queremos que o sofrimento possa ser ligeiramente aligeirado com esta presença", descreve a Irmandade dos Clérigos.
Américo Aguiar aponta que o bispo do Porto, António Francisco dos Santos, está a também a acompanhar "as diversas necessidades ocorridas no território da Diocese do Porto para que, do mesmo modo, possa aliviar a dor e o sofrimento dos concidadãos e diocesanos" portuenses.
O presidente da Irmandade dos Clérigos acrescenta: "é nos momentos difíceis que todos devemos agir para além das nossas possibilidades.
"Do alto da Torre dos Clérigos, do alto deste Porto de que somos ex-líbris, queremos gritar 'Solidariedade'", termina a nota.
O Funchal foi o concelho mais afetado pelos incêndios que deflagraram na tarde (16:00) de segunda-feira e provocaram três vítimas mortais na zona da Pena (Santa Luzia), cerca de mil desalojados, dezenas de casas destruídas e avultados prejuízos materiais.
Os hospitais dos Marmeleiros e João de Almada, os lares de idosos de Santa Isabel e Vale Formoso, as clínicas de Santa Luzia e Santa Catarina, além de centenas de moradias, tiveram de ser evacuados.
A zona histórica de São Pedro, na baixa da cidade, foi uma das áreas onde chegou o fogo, tendo sido necessário retirar hóspedes de uma das unidades hoteleiras.
A Calheta, Ponta do Sol e Santa Cruz são outros dos concelhos onde se registam focos de incêndio na ilha
Lusa