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Medicamento contra a hepatite C não é eficaz em todos os doentes, segundo Infarmed

A autoridade do medicamento assinalou hoje que  não está provado que o fármaco contra a hepatite C Sofosbuvir seja eficaz  em todos os doentes, após o Diário de Notícias ter relatado que pacientes  graves aguardam há muito este medicamento.

"Não existe demonstração de que o medicamento hoje referido na imprensa,  por si só, permita a erradicação da hepatite C em todos os doentes, nem  que os doentes alegadamente à espera de tratamento com este medicamento  não possam ter alternativa terapêutica", indica em comunicado a Autoridade  Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed). 

O Diário de Notícias relata, na sua edição de hoje, que há cerca de  80 doentes graves em todo o país que estão à espera há meses de um novo  medicamento contra a hepatite C, o Sofosbuvir, que tem uma taxa de cura  de 90% e que foi aprovado na Europa a 17 de janeiro. 

Segundo o jornal, a introdução do fármaco em Portugal já foi aprovada,  mas o estudo relativo à sua comparticipação ainda não está concluído, obrigando  as unidades hospitalares a recorrerem a pedidos de autorização excecionais.

Os pedidos são feitos nos hospitais, mas têm de ser aceites também pelo  Infarmed. 

Na nota hoje divulgada, a autoridade nacional do medicamento adianta  que o processo de avaliação prévia do fármaco, em curso, está a ponderar  "a relação entre o valor terapêutico acrescentado e o impacto para o Serviço  Nacional de Saúde (SNS)", antes da sua entrada no circuito hospitalar. 

O Infarmed esclarece que "só após esta avaliação poderá considerar-se  a sua autorização para uso no SNS, com um preço que seja adequado aos benefícios  potenciais do fármaco, quando comparado com outros inibidores de protease  já usados em Portugal". 

A entidade acrescenta que a comparticipação pública do Sofosbuvir, indicado  para o espaço europeu, "só está autorizada na Dinamarca". 

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, já considerou,  em declarações à agência Lusa, inaceitável atrasar o tratamento das pessoas  quando existem medicamentos que as podem curar. 

 

Lusa

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