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Ministério Público pede condenação de todos os arguidos no caso Face Oculta

O Ministério Público anunciou hoje no tribunal de Aveiro que vai pedir a condenação de todos os arguidos do caso Face Oculta  por entender que ficaram provados todos os crimes de que vinham acusados.

(Lusa/Arquivo)
PAULO NOVAIS

O procurador da República Marques Vidal começou a alegar esta manhã,  tendo desde logo adiantado que vai pedir a condenação dos 36 arguidos, incluindo  34 pessoas e duas empresas. 

Para o MP, não restam dúvidas de que o sucateiro Manuel Godinho liderou  a associação criminosa que conduziu a este processo, tendo sido "amplamente"  favorecido em concursos de recolha de resíduos.

"Os arguidos de estruturas de empresas públicas optaram diversas vezes  por ignorar as evidências e não forneceram esclarecimentos suficientes para  afastar dúvidas", adiantou o procurador. 

O magistrado referiu-se ainda à "longa e farta" lista de prendas entregues  por Manuel Godinho durante a época natalícia, como sendo uma das características  da organização do empresário das sucatas. 

Realçando a importância desta lista apreendida pela Polícia Judiciária,  Marques Vidal referiu que em apenas três anos (2005, 2006 e 2007), Manuel  Godinho gastou cerca de 177 mil euros em prendas de Natal. 

"Alguns arguidos receberam prendas superiores a três e quatro vezes  o salário mínimo", realçou o procurador, adiantando que a quantia investida  "dava para pagar o salário mínimo a mais de dez operários". 

A 171ª sessão do julgamento conta com a presença de apenas três arguidos,  nomeadamente, Paulo Penedos, Jorge Saramago e Paulo Pereira da Costa. 

As alegações finais do MP estão previstas continuarem hoje e quarta-feira,  durante todo o dia. 

O processo Face Oculta está relacionado com uma alegada rede de corrupção  que teria como objetivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro  Manuel Godinho, nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado  e privadas. 

Entre os 36 arguidos estão personalidades como Armando Vara, antigo  ministro e ex-administrador do BCP, José Penedos, ex-presidente da REN,  e o seu filho Paulo Penedos. 

Lusa

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