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Alegações do processo "Face Oculta" adiadas devido a atraso na entrega de documentos

O coletivo de juízes do processo "Face Oculta" adiou hoje o início das alegações do Ministério Público (MP), devido ao atraso da empresa EDP Imobiliária na entrega de alguns documentos requeridos há vários meses pelo tribunal.

(Lusa/Arquivo)
PAULO NOVAIS

A decisão resultou de um requerimento apresentado pelo advogado de Paiva  Nunes, ex-administrador da EDP Imobiliária, que alertou para a possibilidade  de se estar perante uma nulidade, caso começassem as alegações do MP, que  estavam marcadas para hoje. 

Em causa estão alguns documentos que a empresa assistente no processo  ainda não juntou aos autos, tal como tinha sido solicitado pelo tribunal,  a pedido do arguido Paiva Nunes, que está acusado de dois crimes de corrupção  e um de participação económica em negócio. 

No requerimento, o advogado Castanheira Neves, diz que ainda não foi  cumprido o despacho do tribunal e requer que a prova "seja junta em momento  anterior ao início das alegações orais". 

Apesar de se tratar de um caso "com múltiplos arguidos e alguma separação  da matéria", o procurador do MP, Marques Vidal, sugeriu o adiamento das  alegações para "evitar outros entendimentos". 

O coletivo de juízes está a proceder à recalendarização das alegações.

O julgamento "Face Oculta" decorre há mais de dois anos no tribunal  de Aveiro. 

O processo está relacionado com uma alegada rede de corrupção que teria  como objetivo o favorecimento do grupo empresarial do sucateiro Manuel Godinho,  nos negócios com empresas do setor empresarial do Estado e privadas. 

Entre os 36 arguidos estão personalidades como Armando Vara, antigo  ministro e ex-administrador do BCP, José Penedos, ex-presidente da REN,  e o seu filho Paulo Penedos. 

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