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Tribunal revela hoje acórdão no caso das contrapartidas dos submarinos

O acórdão do julgamento do caso das contrapartidas  associadas à compra por Portugal de dois submarinos ao consórcio alemão  German Submarine Consortium (GSC) é hoje proferido nas Varas Criminais de  Lisboa. 

(Lusa/Arquivo)
MIGUEL A. LOPES

O processo, julgado por um coletivo de juízes presidido por Judite Fonseca,  tem dez arguidos, três alemães, ligados ao fabricante germânico, e sete  empresários portugueses.  

Nas alegações finais, realizadas a 13 de novembro último, o Ministério  Público pediu para os dez arguidos uma pena de prisão inferior a cinco anos,  eventualmente suspensa, pelos crimes de burla e falsificação de documentos.

O procurador Victor Pinto justificou o pedido de pena suspensa pela  falta de antecedentes criminais dos arguidos, sublinhando porém que a sanção  a aplicar aos três arguidos alemães tem de ser mais pesada, dado que foram  os principais beneficiários do negócio das contrapartidas, associado à compra  dos dois submarinos de fabrico germânico.  

Victor Pinto impôs como condição para a aplicação de pena suspensa,  que os dez arguidos pagassem solidariamente ao Estado uma verba de 104 mil  euros.  

Também nas alegações finais, o advogado de defesa Nuno Godinho de Matos  pediu a absolvição dos arguidos alemães da empresa germânica Ferrostaal,  alegando que o MP não pode exigir a condenação com base "em conjeturas"  e mera interpretação dos factos. Alegou ainda não estarem preenchidos os  requisitos de crime de burla -- o mecanismo enganoso e o consequente prejuízo  causado.  

O advogado criticou o facto de que a acusação deduzida pelo Departamento  Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) tenha sido decalcada na perícia  realizada pela consultora Inteli, que, antes, trabalhou e foi paga pelo  consórcio alemão da Man Ferrostaal.  

João Perry da Câmara, advogado do arguido António Lavrador, disse que  "o MP não produziu qualquer prova dos factos imputados aos arguidos", e  que foram os arguidos, com a prova produzida em julgamento, a fazerem um  "cabal esclarecimento de todas as dúvidas suscitadas pelo MP".  

Portugal contratualizou e consumou, com o consórcio GSC, que incluía  a Man Ferrostaal, a compra de dois submarinos, em 2004, por mil milhões  de euros, quando Paulo Portas era ministro da Defesa Nacional, e Durão Barroso,  primeiro-ministro.  

Lusa

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