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Tabaco responsável por 10.600 mortes em Portugal em 2012

Mais de 10 mil pessoas morreram em Portugal  no ano passado devido ao tabaco, o que corresponde a cerca de 10% da mortalidade  global na população com mais de 30 anos, segundo dados da Direção-Geral  da Saúde (DGS). 

A região do Alentejo era, em 2011, a que tinha uma mais elevada taxa  de mortalidade por doenças associadas ao tabaco, de acordo com uma nota  hoje divulgada sobre o relatório "Portugal -- Prevenção e Controlo do Tabagismo  em Números", que será apresentado na terça-feira em Lisboa. 

Na União Europeia, o tabaco mata, por ano, cerca de 700 mil pessoas,  estimando-se que em Portugal tenha sido responsável por 10.600 mortes em  2012, cerca de 28 pessoas por dia. 

Segundo a DGS, a esmagadora maioria (mais de 90%) dos portugueses começa  a fumar antes dos 25 anos, com oito em cada 10 fumadores a iniciarem o consumo  pela influência dos amigos. 

Embora num horizonte de 10 anos, entre 2001 e 2011, a experimentação  do tabaco entre os adolescentes pareça ter diminuído, entre 2006 e 2011  registou-se uma subida da percentagem de adolescentes que já experimentaram  fumar, que o fizeram no último ano ou nos últimos 30 dias. 

No Alentejo, a região que em 2011 tinha maior taxa de mortalidade associada  ao tabaco, cerca de 70% dos alunos do ensino secundário já experimentaram  fumar. 

Em Lisboa e Vale do Tejo, no Alentejo e no Algarve a experiência com  o tabaco é mais elevada nas raparigas do que nos rapazes do terceiro ciclo  e secundário. 

A nota da DGS recorda que, segundo o último Inquérito Nacional de Saúde  (2005/2006), 20 por cento dos inquiridos eram fumadores, dentro da população  com mais de 15 anos.  

Dados mais recentes apontam para uma prevalência também na casa dos  20%, com 32% de fumadores entre os homens e 14% nas mulheres. 

"A prevalência de consumo de tabaco foi superior entre as pessoas desempregadas  ou com  maiores dificuldades económicas", refere a autoridade de saúde.

Sobre os avisos de saúde impressos nos maços de tabaco, a DGS conclui  que tiveram um impacto em cerca de metade dos fumadores e ex-fumadores portugueses,  com 7% a sentirem-se encorajados a fumar, 20% a fumar menos e 22% a aumentarem  os seus conhecimentos sobre os efeitos do tabaco. 

Entre os fatores que mais influenciam a escolha do tabaco estão o sabor,  a marca e o preço, tendo Portugal um nível de preço dos cigarros abaixo  da média europeia. 

Em relação ao tratamento da dependência do tabaco, a DGS indica que  mais de metade dos fumadores portugueses nunca fez qualquer tentativa para  deixar de fumar, enquanto a grande maioria o fez, mas sem recorrer a assistência  (apenas cinco por centro recebeu apoio profissional). 

Segundo a nota hoje divulgada, o consumo de tabaco em bares ou  restaurantes  "parece ter sofrido um aumento" em Portugal  entre 2009 e 2012, ao contrário  do que se observou na União Europeia a 27, o que "pode indiciar insuficiência  de medidas legislativas". 

A nova lei sobre o tabaco, que deverá ser aprovada no próximo ano, depois  da conclusão de uma diretiva europeia sobre a matéria, vai instituir a proibição  de fumar em todos os espaços públicos fechados, bem como aumentar os avisos  colocados nos maços de tabaco. 

Sobre a exposição ao fumo, os números DGS referentes a 2010 indicam  que mais de 12% dos homens e 2,5% das mulheres referiram estar expostos  ao tabaco pelo menos um quarto do tempo em que estão no local de trabalho.

 

Lusa

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