"O Governo quer dar a ideia que quer negociar com os parceiros sociais, mas na verdade só impõe as suas propostas. Se quer negociar retire as suas propostas", disse o líder da central sindical, reagindo ao anuncio hoje, pelo presidente do Conselho Económico e Social (CES), José Silva Peneda, da deslocação na próxima semana de Pedro Passos Coelho à Comissão Permanente da Concertação Social para debater com os parceiros sociais a proposta de Orçamento para 2014.
Arménio Santos, que falava durante uma manifestação em Lisboa de trabalhadores das empresas públicas de transporte, explicou que a CGTP "só vai à reunião do CES para mostrar as propostas" da central sindical, e destacou entre essas propostas a remoção do IRS para a maioria das pessoas e a taxação do capital.
O protesto de hoje começou pouco depois das 14:30 com uma concentração no Largo Camões, que não chegou a encher metade dessa praça, seguido por um desfile para o Ministério das Finanças.
De forma ordeira, os manifestantes desceram pelo Chiado, gritando palavras de ordem como "assim não vai dar, sempre os mesmos a pagar", "Este Governo hostil quer destruir Abril" e "É dever do parlamento rejeitar o orçamento".
O deputado do PCP Tiago Dias também esteve presente na manifestação e, em declarações à Lusa, criticou a "destruição" promovida pelo Governo ao setor dos transportes e aos direitos adquiridos pelos portugueses e defendeu que poderiam ser tomadas outras opções de políticas orçamentais.
O protesto foi convocado pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) contra as reduções salariais, a concessão das empresas públicas de transporte a privados e a redução das indemnizações compensatórias, entre outras medidas previstas no Orçamento do Estado para 2013.
"Sobre o motivo do protesto, o secretário-geral da CGTP lembrou o que os manifestantes estão a lutar não só pelos seus direitos mas pelo de todos os portugueses, e lembrou que desde que foi "desmembrada" a Rodoviária Nacional (através da privatização) "muitas" populações do interior deixaram de ter transporte.
Em frente ao ministério das Finanças foi improvisado um palco no qual falaram vários membros das comissões de trabalhadores das empresas de transporte, e sindicalistas, tendo o protesto terminado pouco depois das 16:30.