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Irmã do pai de Madeleine McCann diz que Gonçalo Amaral "afetou muito a família" 

A irmã do pai de Madeleine disse hoje que a  tese do antigo inspetor da Polícia Judiciária (PJ) Gonçalo Amaral de alegado  envolvimento do casal McCann no desaparecimento da criança inglesa no Algarve,  em 2007, "afetou muito a família". 

TIAGO PETINGA

Na audiência de hoje, Trish Cameron, testemunha apresentada pela acusação,  disse que a tese de Gonçalo Amaral escrita no livro "Maddie - A Verdade  da Mentira", editado em 2008, foi "perturbante para Kate e Gerry McCann".

Na sessão de julgamento de hoje, Gerry McCann acompanhou a irmã na viagem  a Lisboa, mas não prestou quaisquer declarações no processo em que a família  inglesa acusa Gonçalo Amaral de difamação. 

Vítor Santos Oliveira, advogado de Gonçalo Amaral, afirmou aos jornalistas,  à saída do Palácio da Justiça, em Lisboa, que compreende que o livro "possa  ter pertubado a vida dos McCann", mas ressalvou que a obra de Gonçalo Amaral  "não tinha nada de novo, nada que não tivesse sido publicado antes". 

A advogada Isabel Duarte, mandatária do casal McCann, referiu à Lusa  que prescindiu do depoimento da mãe de Gerry, Susan Healy.  A próxima sessão na 1. Vara Cível de Lisboa está programada para as  09:30 da próxima terça-feira. 

Nesta ação cível, o casal McCann pede uma indemnização de 1,2 milhões  de euros por alegada difamação do ex-inspetor da PJ, que investigou o desaparecimento  de Madeleine, a 03 de maio de 2007. 

A família McCann recorreu a tribunal igualmente por considerar que foram  violados direitos, liberdades e garantias.  No livro "Maddie: A Verdade da Mentira", da autoria de Gonçalo Amaral,  o ex-inspetor da PJ defende a tese de ocultação de cadáver por parte de  Kate e Gerry McCann. 

Em processo conexo, o casal McCann apresentou uma providência cautelar  para proibir a comercialização do livro e do vídeo com o mesmo título, baseado  num documentário exibido na TVI. 

Em janeiro de 2010, a 7. Vara Cível de Lisboa decidiu impedir que o  livro de Gonçalo Amaral e o vídeo se mantivessem excluídos do mercado. No recurso, o Tribunal da Relação de Lisboa anulou a sentença a 19 de  outubro de 2010, após o qual Kate e Gerry McCann recorreu para o Supremo  Tribunal de Justiça, que confirmou a decisão a 18 de março de 2011. 

Madeleine McCann desapareceu num apartamento de um aldeamento turístico  na Praia da Luz, no Algarve, onde se encontrava de férias com os pais e  os dois irmãos gémeos.  Kate e Gerry, que afirmaram sempre que a criança foi raptada, foram  constituídos arguidos em setembro de 2007. 

O processo foi arquivado por falta de provas, em julho de 2008, embora  o Ministério Público admita a reabertura se surgirem dados novos sobre o  desaparecimento da criança. 

 

      

 

Lusa

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