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Polícia inglesa quer interrogar portugueses sobre desaparecimento de Maddie McCann

A polícia britânica informou hoje que abriu uma investigação ao desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann em Portugal e que identificou 38 "pessoas com interesse" para serem ouvidas em toda a Europa, entre os quais portugueses.

© STR New / Reuters

Um porta-voz da Polícia Metropolitana, que iniciou uma revisão do caso  no ano passado, disse hoje à agência Lusa que "há portugueses e britânicos"  entre as 38 pessoas identificadas como "de interesse" para os investigadores.

Destes, 12 são britânicos e os restantes de cinco países diferentes,  incluindo Portugal, adiantou a mesma fonte, afirmando que, por enquanto,  não serão dados mais pormenores.  

Um comunicado emitido pela Scotland Yard refere que está "num estado  avançado de diálogo" com as respetivas autoridades nacionais das pessoas  em causa para obter informação.  

Lê-se ainda que os responsáveis pela investigação, intitulada "Operação  Grange", pediram "formalmente" à Procuradoria da Coroa [homóloga britânica  do Ministério Público português] para que submeta uma Rogatória Internacional  às autoridades portuguesas a pedir ajuda na obtenção dos depoimentos relativos  às linhas de inquérito que desejam seguir.  

"Isto foi feito com o apoio total do Governo britânico", acrescenta  o comunicado.  

Para realizar a investigação, a Polícia Metropolitana britânica quer  ter um "pequeno número" de agentes em Portugal, no âmbito da prática de  Assistência Mútua.  

A imprensa britânica já tinha avançado há várias semanas a hipótese  de a Scotland Yard abrir a sua própria investigação ao caso, no sequimento  da revisão aberta em 2011 por intervenção do primeiro-ministro, David Cameron.

Na altura, a polícia confirmou que uma delegação de responsáveis superiores  da Procuradoria da Coroa e de detetives visitou Portugal em meados de abril  para discutir os próximos passos a dar com as autoridades portuguesas. 

Madeleine McCann desapareceu poucos dias antes de fazer quatro anos,  a 03 de maio de 2007, do quarto onde dormia juntamente com os dois irmãos  gémeos, mais novos, num apartamento de um aldeamento turístico na Praia  da Luz, no Algarve. 

Os pais e um outro britânico, Robert Murat, foram constituídos arguidos  pelas autoridades judiciais portuguesas em julho de 2007, mas a 21 de julho  de 2008, a Procuradoria Geral da República determinou o arquivamento das  suspeitas, o que ditou o fim das investigações. 

Os pais, Kate e Gerry McCann, mantém há anos uma campanha para encontrar  a criança e defendem publicamente a reabertura do processo.  

No ano passado foi constituída uma equipa na Scotland Yard para rever  o caso, a pedido do primeiro-ministro, David Cameron, cujo trabalho de análise  de mais de 40 mil pistas e documentos custou, segundo a imprensa local,  mais de dois milhões de libras (2,34 milhões de euros).  

Lusa

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