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Dispensa de 50 mil professores impossibilitaria funcionamento das escolas, avisa FNE

O presidente da Federação Nacional de Educação (FNE) disse hoje que a dispensa de 50 mil professores apontada como um dos caminhos para a reforma do Estado, num relatório do FMI, "impossibilitaria o funcionamento do sistema educativo".

(Lusa/Arquivo)
JOSE SENA GOULAO

"Uma escola para todos e com preocupações de equidade não seria possível  com uma redução dessa natureza, é uma redução que impossibilitaria o funcionamento  do sistema educativo" disse João Dias da Silva. 

O dirigente da FNE sublinhou que tal redução "significaria um corte  de 50 por cento dos professores que temos neste momento no sistema educativo".

"Isso não comportaria condições mínimas de funcionamento, significaria  turmas gigantescas e horários de trabalho incomportáveis", frisou. 

Aliás, disse João Dias da Silva, "as diminuições já registadas nas contratações  de professores, em resultado da reforma curricular, que reduziu determinadas  ofertas educativas dos nossos alunos, depois do crescimento do número de  alunos por turma e depois da diminuição do tempo de oferta de medidas complementares  de apoio aos alunos com dificuldades, o sistema educativo em termos de professores  estará pelas pontas". 

"O Ministério da Educação vai realizar um concurso de passagem ao quadro  de 600 professores, até agora contratados, porque é o número que corresponde  a necessidades permanentes do sistema educativo", acrescentou. 

 A dispensa de 50 mil professores, o aumento das taxas moderadoras e  um corte em todas as pensões são algumas das medidas propostas do Fundo  Monetário Internacional num relatório pedido pelo Governo sobre o corte  nas funções do Estado. 

No relatório, divulgado hoje pelo Jornal de Negócios, mas que tem data  de dezembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) detalha medidas que "poderão  aumentar a eficiência do Estado, reduzindo a sua dimensão de forma a suportar  a saída da crise". 

No documento, o FMI propõe "um corte permanente na despesa de quatro  mil milhões de euros a partir de 2014, que poderá ser precedido de uma redução  de 800 milhões já este ano". 

Redução de funcionários e salários na Educação, Saúde e forças de segurança  e cortes no Estado Social, que consideram iníquo, especialmente para os  mais jovens, são algumas das áreas a que o FMI dá especial atenção. 

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