Opinião

"Foi patético o que vimos no fim de semana"

Os dias passados foram marcados pela cimeira de líderes católicos dedicada aos abusos sexuais na Igreja. Um encontro que terminou com oito ideias aprovadas das mais de vinte que o Papa Francisco colocou à discussão. A Procuradora afirma que a cimeira inédita não é mais do que "uma ação de marketing". No espaço de opinião no Jornal da Noite, Manuela Moura Guedes destacou ainda a frase "não há margem para mais despesa" de Mário Centeno, para falar do falso fim da austeridade e de como o Estado é mau pagador e não cumpre as regras. A Procuradora não desviou o olhar ainda da justiça portuguesa, ou das "duas justiças", como referiu, ao comentar um acórdão arrassador para Ivo Rosa e um acórdão polémico de Neto de Moura. Por fim, destacou a cultura de principios de uma ministra e dos seus hábitos de leitura.

SIC Notícias

A PENITÊNCIA NÃO ANULA CRIMES E VERGONHA

Durante décadas, a Igreja Católica foi acusada de esconder casos de abusos sexuais. Casos que se foram somando, em vários países, sempre com a palavra escândalo. Agora, depois de muitas denúncias e acusações, o Vaticano marcou uma cimeira."Isto foi mais uma ação de marketing do que outra coisa", afirma Manuela Moura Guedes. No comentário no Jornal da Noite, classificou mesmo de "patético" o que viu e ouvi, porque "todos os homens superiores da Igreja ouviram dizer que abuso sexual não se deve fazer, quando era suposto que soubessem".

NÃO HÁ DINHEIRO, SENHORES. POR ISSO CATIVO!

Em 2015, antes de ser o Ronaldo das Finanças, Mário Centeno afirmou que "a austeridade acabou". Agora, ao segundo mês de 2019, o ministro garante que "não há margem para mais despesa". Palavras curtas, que prolongam a troca de argumentos entre o Executivo socialista e os sindicatos de várias profissões.

A Procuradora considera que a dupla Costa-Centeno não são só "o polícia bom e polícia mau". Os dois são a mesma face de uma politica marcada pela experiência: "Primeiro-ministro teve uma fase de confronto, agora resolveu voltar ao velho esquema do logo se vê". Mesmo que António Costa tenha afirmado, esta segunda-feira, que "o limite à despesa é o que está no Orçamento do Estado".

No Jornal da Noite, Manuela Moura Guedes mostrou ainda como o Estado não paga a tempo e horas. Ou melhor, não paga a 60 ou 90 dias. Até porque, como refere A Procuradora, as cativações são o prato de entrada no menu da ação governativa: "Há dinheiro previsto para serviços públicos e o ministro das Finanças retém esse dinheiro".

AS JUSTIÇAS

Dias depois de Ivo Rosa ter sido acusado, num acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, de se ter perdido "em considerandos marginais e extravagantes", foi conhecido um acórdão do desembargador Neto de Moura onde está escrito "o suposto agressor é diabolizado". A Procuradora critica as duas justiças e o factos de os juízes, quando erram, só responderem perante os pares.

LER OU NÃO LER JORNAIS, EIS A QUESTÃO!

24 de novembro de 2018 versus 21 de fevereiro de 2019. A Procuradora faz um duelo de opiniões da ministra da Cultura, sobre a leitura dos jornais. Graça Fonseca passou do "uma coisa óptima de estar aqui em Guadalajara é que não vejo jornais portugueses" para "é preciso voltar a ler jornais". Manuela Moura Guedes pergunta: "em que é que ficamos?"

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