A Boeing vai entregar o último Jumbo 747, esta terça-feira, à Atlas Air. O modelo será descontinuado, 53 anos depois do seu lançamento.
O modelo que mudou o paradigma das viagens comerciais não será mais produzido pela construtora norte-americana.
O 747 foi desenhado na década de 60 e a primeira aeronave deste modelo descolou de Nova Iorque a 22 de janeiro de 1970, depois de um atraso devido a um problema no motor.
O último exemplar será esta terça-feira entregue à empresa de aviação norte-americana Atlas Air, mais de cinco décadas após o seu lançamento.
Conhecida como a “Rainha dos Céus”, esta aeronave transformou a história da aviação e do transporte de passageiros.
O CEO da Air France-KLM, Ben Smith, disse à agência Reuters que “este foi o avião que introduziu o voo na classe média dos EUA”.
“Antes do 747, uma família de classe média não podia viajar dos Estados Unidos para a Europa de forma acessível”, acrescentou o CEO.
Modelo duplicou a capacidade de transporte dos aviões
Quando a aeronave surgiu apresentou-se com uma capacidade de 350 a 400 lugares, o dobro do que era possível à época. O seu antecessor, por exemplo, o Boeing 707, podia apenas transportar cerca de 200 passageiros.
Como surgiu o 747?
Juan Trippe, fundador da extinta companhia de aviação Pan American World Airways, conhecida como Pan Am, pretendia nos 60 aumentar o número de assentos dos seus aviões e, por isso, sugeriu ao então presidente da Boeing,William Allen, que criasse uma aeronave que superasse o modelo 707.
Allen aceitou o desafio e delegou a os trabalhos para o engenheiro Joe Sutter que, juntamente com a sua equipa, conhecida como “Os incríveis”, conseguiu desenvolver o famoso 747, 28 meses depois de lhe ter sido lançado o repto.
No entanto, os primeiros anos do modelo ficaram marcados por vários problemas que, aliados ao investimento avultado da Boeing no desenvolvimento desta aeronave, levaram a empresa norte-americana a um cenário de quase bancarrota.
Do sucesso ao fim
A construtora resistiu e em 1989 lançou o modelo 747-400, que era caracterizado por novos motores e materiais mais leves. Esta aeronave surgiu numa altura em que os voos trans-pacíficos estavam em altas, o que catapultou a marca de novo para a ribalta.
Hoje em dia, 53 anos após o primeiro voo, os 747 continuam a cruzar os céus, mas não serão mais produzidos.
Esta decisão da Boeing foi motivada pelo surgimento de vários jatos bimotores que possuem a mesma capacidade e alcance do 747 por um custo bastante mais reduzido.
O modelo que substituirá a mítica aeronave não deverá chegar ao mercado antes do ano de 2025. O diretor executivo da construtora admite, inclusive, que a Boeing pode mesmo não conceber um novo avião durante, pelo menos, uma década.