Milhares de reformados manifestaram-se esta terça-feira, no Irão, contra o aumento do custo de vida.
Os protestos repetiram-se por várias cidades, no mais recente episódio que demonstra o descontentamento social com a situação económica do país.
“As despesas estão em dólares, as nossas pensões em rials [iranianos]”, “O reformado está acordado” ou “Polícia, ajuda, ajuda” foram algumas das mensagens entoadas pelos manifestantes.
No domingo, o Governo divulgou um aumento de 57,4% nas pensões e colocou o rendimento mínimo em 55.800.000 rials (cerca de 187 euros). No entanto, o aumento é insuficiente para muitos reformados.
O fim dos subsídios estatais para os alimentos básicos levou a uma grande subida de preços no Irão, numa altura em que a inflação chegou aos 40%, em resultado do encarecimento de muitos produtos nos últimos meses.
A situação levou aos primeiros protestos por questões económicas nos últimos anos no país.
Nos protestos, que atingiram várias cidades do país, pelo menos duas pessoas morreram, segundos os ‘media’ locais.
Líder supremo iraniano acusa EUA de instigar protestos
O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, acusou no sábado “o inimigo”, nomeadamente os Estados Unidos, de explorar e instigar os protestos nas últimas semanas que têm surgido no país a denunciar o aumento dos preços e a corrupção.
“O inimigo depende dos protestos populares para atacar o sistema islâmico”, afirmou Khamenei, num discurso para uma multidão reunida no mausoléu dedicada ao ‘ayatollah’ Khomenei, no âmbito do aniversário da morte do fundador da República Islâmica.
O Irão vive sob sanções económicas dos Estados Unidos desde 2018 e as negociações para o seu levantamento estão paralisadas desde março.
Com lusa