É um ato de revolta contra a classe política e os cortes orçamentais. O movimento “Vamos Bloquear Tudo” está a levar milhares de pessoas à rua em França. Bloqueiam o trânsito, queimam caixotes, entram em confronto com a polícia que já deteve mais de duas centenas de manifestantes.
Estão previstas, segundo o jornal francês Le Figaro, mais de 600 ações em todo o país. As autoridades francesas mobilizaram mais de 80 mil polícias, para responder aos bloqueios e greves agendados para todo o país.
São esperadas centenas de ações, desde bloqueios de estradas, transportes públicos e empresas e até interrupções no transporte aéreo. Há receio que a situação atinja o mesmo nível dos protestos dos coletes amarelos, em 2018.
As manifestações acontecem num momento de grande turbulência política, após ter sido chumbada uma moção de confiança ao executivo de François Bayrou e Sébastien Lecornu ter sido nomeado novo primeiro-ministro de França que toma possa esta quarta-feira.
O ministério da Educação francês, citado pelo Le Figaro, avança que cerca de 100 escolas secundárias fecharam temporariamente e pelo menos 27 foram bloqueadas.
Dos bloqueios aos confrontos com a polícia: protestos paralisam diversas cidades
Os protestos estão a afetar várias cidades francesas. Em Nantes, uma autoestrada foi bloqueada com pneus e caixotes do lixo, enquanto em Montpellier, os manifestantes entraram em confrontos com a polícia.
Já em Bordéus, cerca de 50 pessoas encapuçadas tentaram iniciar um bloqueio à cidade e em Toulouse um pequeno incêndio - que foi rapidamente extinto - interrompeu o tráfego ferroviário durante algum tempo.
No centro de Marselha, cerca de oito mil manifestantes juntaram-se no centro da cidade. A polícia usou gás lacrimogénio para afastar os manifestantes.
Em Paris, até ao meio dia, pelo menos 159 pessoas já tinham sido detidas. Um dos sítios mais complicados é a Gare du Nord - a maior estação ferroviária da Europa - onde as autoridades fizeram um cordão policial.
A polícia de choque foi mobilizada após um grupo de manifestantes, sobretudo jovens, tentaram bloquear o local.